ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

HABACUQUE - A SOBERANIA DIVINA SOBRE AS NAÇÕES


Do próprio Habacuque nada se sabe, exceto o que se pode deduzir deste livro que leva o seu nome. Ele é chamado de "o profeta", sendo possível, portanto, que além de possuir o dom da profecia fosse também membro do grupo de profetas profissionais. Algumas observações musicais feitas ao salmo contido no capítulo dão a idéia de que ele tenha profetizado no Templo, como os homens que foram mencionados em I Cr. 25:1.

Coisa precária é dizermos algo sobre o caráter do profeta com base na sua obra. Seu nome parece derivar de uma raiz hebraica que significa "abraçar". Jerônimo (quinto século d.C.) declarou que o profeta era chamado "O Abraçador", por causa do seu amor a Deus ou porque lutou com Deus.

Muitos pronunciamentos proféticos são descritos como "sentença", particularmente quando há denúncia de caráter sinistro ou ameaçador. Aqui o profeta deplora a iminente subjugação e devastação do seu próprio povo, de modo que há um aspecto agourento no que se lhe refere. Ao mesmo tempo a sentença é contra os orgulhosos caldeus, cuja força está no seu deus (1:11).

Revelada. A palavra hazâ, "ver", um termo mais ou menos técnico, indica que esta é uma revelação. O Espírito de Deus imprime a mensagem no âmago da consciência dos profetas com tanta força e clareza como se tivessem visto algo com os olhos físicos. Em I Reis 22:17 Micaías diz: "Eu vi todo Israel disperso..."
II. O Profeta se Queixa de Violência Incontrolada em Judá. 1:2-4.

2. Até quando. Ao que parece, o profeta se angustiava por causa da situação reinante em Judá. Pela experiência constatara que o povo parecia não ter consciência e sem dúvida já tinha pedido a Deus que corrigisse tal impiedade, pois ele declara que clamou ao Senhor. Tu não me escutarás. 

Não devemos presumir que o profeta duvidasse de que o Senhor não tivesse ouvido o seu clamor (no sentido de tomar conhecimento). Ele tinha por certo que se Deus ouvisse, também responderia. Como se a sua oração fosse infrutífera (cons. Sl. 22:1, 2). Violência. A referência é à perversidade violenta e cruel. A pergunta é: Quem é o responsável? Presume-se aqui que seja a dolência dos judeus. 

Há os que crêem que, tendo sido usada a mesma palavra em 2:8 e 2:17 para descrever os caldeus, a violência da qual o profeta se queixa era a dos caldeus. Contudo, considerando que seriam o instrumento do castigo que logo seria suscitado, não podiam ser considerados os perpetradores da violência. 

Ela também não pode se referir ao senhor assírio que já controlava Judá há algum tempo, uma vez que parte da queixa do profeta se prende ao fato da lei ter sido afrouxada e a justiça pervertida (v. 4). Estas duas palavras costumam se referir no V.T. ao código mosaico, e parece, portanto, que a dolência consistia nos atos de crueldade e injustiça que permeavam a vida pública e privada de Judá.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

NAUM - O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA


TEXTO ÁUREO
“Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez” (Gn 18.32).

INTRODUÇÃO

De pesquisas arqueológicas sabe-se que Nínive caiu em 612 A.C. A predição de Naum foi escrita provavelmente um pouco antes da destruição da cidade. Além disso, em 3:8 o profeta menciona o cativeiro de Nô (Nô-Amom ou Tebas, a capital do Egito Superior) como acontecimento histórico. Assurbanipal da Assíria (668-626 A.C.) efetuou a tomada da cidade egípcia no ano de 663 A.C. Portanto, o livro pode ser datado entre 663 A.C. e 612 A.C., provavelmente mais próximo desta última data.


Embora nada se saiba sobre a vida de Naum, além da declaração de que ele era um elcosita, nenhuma evidência válida tem sido apresentada para declarar que qualquer outro tenha sido o autor da profecia. Até mesmo o lugar de nascimento do profeta não é bem conhecido. 

Três sugestões principais quanto à sua identidade têm sido apresentadas. 1) Era uma cidade ao norte de Nínive. Este ponto de vista fundamenta-se em tradição que vem desde o século dezesseis. 2) Jerônimo, tradutor da afirmar com certeza que Cafarnaum tenha recebido o nome do profeta. 3) Um terceiro ponto de vista localiza Elcos no território ao sul de Judá. É bem possível que Naum tenha nascido na Galiléia e mais tarde exercido o seu ministério no sul.




MIQUEIAS - A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA

 INTRODUÇÃO

A profecia de Miquéias recebe o seu título do nome do próprio profeta. O nome Mîkâ (LXX, Micaías; Vulg., Miquéias) é uma abreviação de Mîkayâ. O profeta é chamado por este último nome completo em Jr. 26:18. A forma original e mais completa é Mîkayâhû, que significa, "Quem é Jeová?" Esta forma mais completa era o nome de um príncipe em II Cr. 17:7. É usado para homens e mulheres indistintamente e geralmente é abreviado. Yahu é uma forma antiga do nome do Deus de Israel, geralmente traduzido para "Jeová" (Êx. 6:3; Sl. 83:18; Is. 12:2; 26:4).


O nome do profeta, como ode outros profetas, Elias, Eliseu, Oséias, Joel, Obadias e outros, é detalhe importante. Tais nomes, junto com o nome de Deus ou de Jeová, indicavam a atitude de submissão do profeta para com o verdadeiro Deus e, no caso de Miquéias, era um desafio aos pecadores e falsos profetas.

A mensagem de Miquéias permanece tão atual quanto quando foi escrita. Atual porque vivemos um cristianismo com sérios problemas de identidade. Um cristianismo em crise, que se perde com ritos e movimentos espontâneos que extravasam emoções, porém, desprovidos da verdadeira adoração. Há, como bem frisou o Pastor Silas Malafaia uma supervalorização de capacidades e não de caráter. Para adorar a Deus é preciso ter caráter de adorador, justo, integro e sincero. Senão vejamos:

Israel com uma postura espiritual duvidosa interpela a Deus sobre a forma como viria a se apresentar diante de Sua majestade gloriosa:

1) Com sacrifícios de bezerros costumeiros? (v. 6).
2) Com uma quantidade extraordinária de sacrifícios, "milhares de carneiros" ou "dez mil ribeiros de azeite?" (v. 7).
3) Com sacrifícios tão extraordinários como a violação da lei de Moisés mediante o oferecimento dos primogênitos? (v. 7b; cons. Dt. 12:29-31; II Reis 3:27; Jz. 11:30-40).

Se a salvação pudesse ser assim comprada, por meio do oferecimento de bens materiais em propiciação pelo pecado, toda a humanidade estaria lutando pela salvação. Mas a verdadeira salvação é uma submissão de espírito. Israel se esquecera da lei da redenção dos primogênitos (Êx. 13:12,13) e da experiência de Abraão (Gn. 22).

Mas o versículo 8 dá uma síntese do que é que Deus exige de seus verdadeiros adoradores. O que Jeová exige aplica-se a todos os homens em todos os tempos, perpétua e imutavelmente.

1) Que pratiques a justiça. Isto é, que vivas corretamente em relação ao seu próximo na sociedade, na política e nos negócios.
2) Que ames a misericórdia. Isto é, que exibas aquela qualidade de benevolência incessante que se observa em Jeová e vem dEle.
3) Que andes humildemente com o teu Deus. Isto é, que tenhas humildade e devoção para com Deus através da fé. Tais sacrifícios – de atitudes corretas e caráter honesto – são aceitáveis a Jeová.


JONAS - A Misericórdia Divina

INTRODUÇÃO


O livro de Jonas conta a história da chamada do profeta para ir a Nínive, e de sua atitude quanto ao mandado divino. O cap. 1 descreve a desobediência inicial de Jonas, e o castigo divino subseqüente. Ao invés de rumar para nordeste, em direção a Nínive, Jonas embarca num navio que velejava para o oeste, cujo destino era Társis, na atual Espanha, o ponto mais distante possível da direção apontada por DEUS. O profeta, porém, não demorou a sentir o peso da impugnação divina: uma violenta tempestade no mar Mediterrâneo, que o levou a revelar-se aos marinheiros. Estes, por sua vez, são obrigados a jogá-lo ao mar. 

Providencialmente, DEUS prepara “um grande peixe” para salvar-lhe a vida. O cap. 2 revela a oração que Jonas fez em seu cômodo excepcional. Ele agradece a DEUS por ter-lhe poupado a vida, e promete obedecer à sua chamada. Então é vomitado pelo peixe em terra seca. O cap. 3 registra a segunda oportunidade que Jonas recebe de ir a Nínive, e ali pregar a mensagem divina àquela gente ímpia. 

Num dos despertamentos espirituais mais notáveis da história, o rei conclama a todos ao jejum e à oração. E, assim, o juízo divino não recai sobre eles. O cap. 4 contém o ressentimento do profeta contra DEUS, por ter o Senhor poupado a cidade inimiga de Israel. Fazendo uso de uma planta, de um verme e do vento oriental, DEUS ensina ao profeta contrariado, que Ele se deleita em colocar sua graça à disposição de todos, e não apenas de Israel e Judá.

Características Especiais

Quatro aspectos básicos caracterizam o livro de Jonas. 

(1) É um dos dois únicos livros proféticos do AT escritos por um profeta nascido e criado no Reino do Norte (Oséias é o outro). 

(2) É uma obra-prima de narrativa concisa, em prosa; somente a oração em ação de graças está em forma poética (2.2-9). 

(3) Está repleto da atividade sobrenatural de DEUS. Além da cronometrada e providencial tempestade e do grande peixe, há a aboboreira, o verme, o vento oriental e a maior maravilha de todas: o arrependimento de toda a cidade de Nínive. 

(4) Contém, de forma mais clara que em qualquer outro livro do AT, a mensagem de que a graça salvífica de DEUS é tanto para os gentios como para os judeus.

OBADIAS - O Princípio da Retribuição


INTRODUÇÃO:


O tom emocional da profecia de Obadias é forte mas não suficientemente amargo para justificar a acusação de que é um hino de ódio. A intensidade do poema está cingida de um profundo senso de justiça. Parentes violaram os laços que mantinham as tribos unidas e cometeram crimes terríveis. Seus pecados trilham de ser castigados! 

Os israelitas não se encarregaram de punir os idumeus. Pelo contrário, reconheceram o seu Deus como Juiz de todas as nações e creram que Ele executada a justiça com base nos crimes cometidos (v. 15). Deus aqui é considerado como universal em Seu poder, de modo que nenhuma nação pode escapar ao Seu olho onipresente. 

Deus está preocupado com os oprimidos e os levantará, restaurando o que lhes foi tirado. Há uma forte nota de esperança e conforto na profecia. A soberania de Deus, entretanto, jamais se perde de vista. Ele é o Juiz no começo do livro e o Reino final.

Com apenas 21 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento. Excetuando-se a introdução, o seu estilo é poético. O texto divide-se em três partes principais: a destruição de Edom (vv.1-9); a sua maldade (vv.10-14) e o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações (vv.15-21).

CONCLUSÃO

Assim como ninguém pode desafiar as leis naturais sem as devidas consequências, não é possível ignorar as leis espirituais e sair ileso. A retribuição é inevitável, pois “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Só o arrependimento e a fé em Jesus podem levar o homem a experimentar o amor e a misericórdia de Deus (2 Co 5.17).

sábado, 27 de outubro de 2012

A SEPTUAGINTA


Após a morte de Alexandre Magno, o Império foi dividido entre os quatro generais. Ptolomeu, um dos tais, veio a ser o soberano do Egito. E a cidade de Alexandria congregou sábios e obras em sua grande biblioteca. De todos os tratados importantes que havia ali, restava uma, a que compunha as Sagradas Escrituras.

Aristeas, escritor da corte de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 285-246 a.C, escrevendo a seu irmão Filócrates, conta que o referido monarca, por proposta de seu bibliotecário, Demétrio de Falero, solicitou ao sumo sacerdote judaico, Eleazar, que lhe enviasse doutores versados nas Sagradas Escrituras para preparar-lhe uma versão delas, em grego. Ele muito ouvia falar das Escrituras e queria uma versão delas, para enriquecer sua vasta biblioteca, em Alexandria. O sumo sacerdote escolheu 72 eruditos (6 de cada tribo) e enviou-os a Alexandria, os quais completaram a versão em 72 dias. De 72 derivou-se o nome "Septuaginta."

A tradução foi feita na ilha de Faros, situada no porto da cidade. Essa Bíblia teve a mais ampla difusão entre as nações, especialmente naquelas onde estavam os judeus da dispersão oriunda do cativeiro. Os magos que visitaram o menino Jesus, sem dúvida, conheciam esta Bíblia no Oriente.

Foi a Septuaginta um dos meios que Deus usou na preparação dos povos e nações para o advento do Evangelho que seria proclamado por Jesus e seus discípulos, ao chegar a "plenitude dos tempos" (Gl 4.4). Ela, por onde quer que ia, disseminava as profecias que apontavam para o Messias. A língua grega foi outro veículo usado por Deus. Ela serviu para levar o Evangelho ao mundo de então.

Foi a Septuaginta a primeira tradução completa do AT, do original hebraico. Foi também ela que situou e dividiu os livros por assuntos como os temos hoje: Lei, História, Poesia, Profecia. Não há um só exemplar original da Versão dos Setenta; somente cópias, a mais antiga das quais data de 325 d.C.

A carta de Aristeas é tida por espúria por modernos estudiosos; sustentam estes que a Versão Septuaginta foi preparada aos poucos; que o Pentateuco foi traduzido em 250 a.C, e em seguida, os demais livros; terminando a versão em 150 a.C. Seja como for, é ela a mais antiga tradução da Bíblia hebraica.

Os outros grandes MSS da LXX são os já estudados códices: Vaticano, Sinaítico e Alexandrino. A Septuaginta é usada ainda hoje na Igreja Grega. Sua primeira aparição impressa é a constante da Complutensiana Poliglota publicada em Alcalá, província de Madri, em 1514-1517, e distribuída em 1522 pelo Cardeal Ximenes.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

JOEL - O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO


TEXTO ÁUREO: "De sorte que, exaltado pela destra de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis"(At. 2.33).

VERDADE PRÁTICA: Deus é infinitamente poderoso para hoje derramar sobre nós o seu Espírito como um rio transbordante, assim como fez no passado.

LEITURA BIBLICA: JOEL 1: 1; 2: 28-32.

INTRODUÇÃO:

O segundo livro do conjunto dos 12 profetas é o livro de Joel, embora, este tenha sido o primeiro desse grupo, notabilizou-se pelo conteúdo profético singular e - até então - , inédito para a visão e compreensão de seus contemporâneos: o derramamento do Espírito Santo.

(Capítulo 1, versículo 1) "Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel." Quem foi Joel, cujo nome significa Jeová é Deus? Pouco ou quase nada sabemos. Alguém ligado ao templo, provavelmente. É bastante saber que era profeta e a "palavra do Senhor foi dirigida" a ele.

(Capítulo 2. 28,29).28. "Acontecerá depois" (Aqui Joel dá um mergulho num futuro que havia de vir) que "derramarei" (Verbo derramar empregado no sentido, tal como destacou Calvino, de 'grande abundância' de poder transformador) o meu "Espírito sobre" (Uma efusão jamais vista, em grande escala. Não limitada a pessoas e classes, não de forma  esporádica, mas permanente. Como bem destacou Moody: "Um poder invisível para o qual revertem todas as ações externas, e que concedeu aos heróis de Israel energia guerreira, cf. Jz. 3.10; 11.29; poder profético em sua forma mais elevada como também da forma mais simples, 1 Sm. 10.6; 10; 19.20; Is. 61.1") toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões (Joel foi extraordinariamente além do que se esperava, ele antevê o derramamento do Espírito na dispensação Messiânica, cf. Ez. 39.29; Zc. 12.10. Não apenas a Israel, nem somente em Jerusalém, mas num plano abrangente e universal, a terra se encheria da glória e do poder do Espírito Santo e isto começou a acontecer no século primeiro, Atos 2-4 e continuará até que essa profecia se cumpra plenamente);
29 "e também" (destaca-se a quebra de exclusividade, e distinção de ordem ritualística e de qualquer outra natureza, cf. Atos 2.38-39.)  sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

OSEIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS


TEXTO ÁUREO: “Porque estou zeloso (essa expressão pode ser mais bem traduzida assim: estou empenhado com intenso desejo), de vós com zelo de Deus (Êxodo 34.14: “pois o SENHOR, cujo nome é Zeloso, é Deus zeloso”); porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.” (2 Co. 11.2).

O Apostolo Paulo afirma nesse versículo que está dedicado com diligência no preparo dos crentes de Corinto para apresentá-los a Cristo com a pureza de uma virgem a um marido, Cristo. Fidelidade e pureza se constitui nas características da Igreja, a noiva do Cordeiro.

VERDADE PRÁTICA: O casamento de Oseias ilustra a infidelidade de Israel e mostra a sublimidade do amor de Deus. Oseias, o profeta do amor eterno, é usado por Deus como um canal transmissor dos sentimentos do Senhor em relação a Israel. Este, infiel e desviado, precisava ouvir uma mensagem do amor transformador de Deus através da vida submissa de Oseias.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Oseias 1.1,2;2.14-17,19,20.
(1.1,2) A palavra do Senhor, que veio a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. Quando o Senhor falou no princípio por Oséias, disse o Senhor a Oséias: Vai, toma por esposa uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, apartando-se do Senhor.

Durante os 40 anos em que esteve exercendo o ministério profético, Oseias presenciou um dos momentos mais críticos da vida espiritual de Israel, prostituído e insensível a aliança do Senhor.

A mulher de prostituições com quem Oseias iria se casar por ordem de Deus era protagonista de um cenário familiar montado por Deus para ilustrar a situação exata em que Israel se encontrava seguindo outros deuses, uma situação de apostasia completa. Apesar disso, Deus não desistiu de Israel e mostra seu amor não correspondido através do casamento de Oseias.

(2.14-17) Portanto, eis que eu a atrairei (Deus atrai com laços de amor sincero e fiel, diferente da ilusão dos deuses do mundo que atrai pelo engano e mentira; Cf.: cap. 11.4), e a levarei para o deserto (Deus trata conosco de forma particular, dispensando plena atenção), e lhe falarei ao coração (Deus fala diretamente em nossa fonte do conhecimento e ternura, o coração). E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor por porta de esperança; e ali responderá, como nos dias da sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES


Lição 1
TEXTO ÁUREO: ROMANOS 16.26
VERDADE PRÁTICA
Por ser revelação de Deus, a mensagem dos profetas é perfeitamente válida para os nossos dias.

INTRODUÇÃO
Os profetas menores são doze: Oseias (caps 1-14), Joel (1-3), Amós (1-9), Obadias (capítulo único), Jonas (1-4), Miqueias (1-7), Naum (1-3), Habacuque (1-3), Sofonias (1-3), Ageu (1-2), Zacarias (1-14) e Malaquias (1-4).
Esse bloco de profetas, desde o século VIII a.C. tem produzido conteúdos divinamente inspirados pelo Espírito Santo trazendo a luz aquilo que outrora estava oculto seja de forma parcial, ou plena, ou além disso, apontaram para personagens e fatos relacionados ao futuro tanto de Israel como das demais nações do globo terrestre. O que estava “oculto” é percebido como mistério e o revelador é o próprio Deus, que escolheu homens para esse fim, os tais são os profetas. “(...) Há um Deus nos céus que revela mistérios.” (Dn. 2.28). 

Tudo que hoje sabemos ou que viremos a saber a respeito de Deus e do nosso relacionamento com Ele por meio do Filho Jesus é “conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos” (Rm. 16.25); e por isso temos sido considerados “despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co. 4.1).

O Apóstolo Paulo afirma que esse mistério “agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno” (Rm 16.26), colocando o ministério profético do Antigo Testamento como autoridade plenamente aceitável “para obediência da fé”.

Essa autoridade dos profetas é digna de toda aceitação e, por isso, Pedro argumentou que o evangelho não pode se comparar às fábulas engenhosamente fabricadas por homens como era costumes de gregos e romanas paroleiros que até lucravam com essas istórias. Pelo contrário, “Porque não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade”; seguindo a isto, ele realça que também a fé foi confirmada pela “palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações.” (2 Pe. 1. 16-19).

Durante esse trimestre, estaremos estudando as principais características dos profetas menores e o que eles têm para nos revelar sobre o nosso dia-a-dia moderno a luz das expectativas de Deus a nosso respeito.

sábado, 8 de setembro de 2012

A INVEJA

TEXTO: "O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos" (Pv. 14:30)

INTRODUÇÃO

A inveja (Do Latim: invidia) é um sentimento. Introjetiva, a inveja se origina de dentro da pessoa. O invejoso é desesperadamente um insaciável. Consumido por um desejo voraz de assumir a posição e privilégios de outrem, possuir o lugar, os bens, a vida. A inveja pode se apresentar usurpadora daquilo que, por direito, não nos pertence. Isso aconteceu com Lúcifer ao desejar estar acima de Deus: "E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." (Isaías 14:13-14). A inveja pode ser manipuladora. "Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? (Gênesis 3:1). O invejoso se alimenta de tramas, de intrigas, jogando as pessoas umas contras as outras, quando na verdade, ele está tentando garantir o sucesso de seus planos maquiavélicos. Quem cedê à manipulação, geralmente, são pessoas sem senso crítico da realidade.


domingo, 26 de agosto de 2012

A PERDA DOS BENS TERRENOS


Lição 10

TEXTO ÁUREO
 “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21).

VERDADE PRÁTICA
 Ainda que percamos todos os nossos bens, continuaremos a desfrutar de nosso bem maior: Cristo Jesus nosso Senhor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 
Livro de Jó 1.13-21.

13 - E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito,
14 - que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;
15 - e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova.
16 - Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova.
17 - Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova.
18 - Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
19 - eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.
20 - Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,
21 - e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.

INTRODUÇÃO


Sem dúvida alguma, a consciência da perda é uma experiência que todos nós passamos desde os primórdios da humanidade e o próprio Jesus preparou o espírito de seus discípulos para eventos duros, de pesar, de dor, que eles haveriam de passar.
Mas o que é a perda? Como podemos nos preparar para esse evento devastador? A Bíblia Sagrada tem todas as respostas de que precisamos para lidar com essa realidade.

A PERDA NA PERSPECTIVA PSICOLÓGICA. As perdas estão presentes na natureza desde o momento em que nossos primeiros pais transgrediram a lei de Deus no Éden (Gênesis 3. 22-24). Mas, especificamente, as perdas humanas, revestem-se de uma importância impar. Toda e qualquer perda humana representa uma ruptura, um rompimento (Eclesiastes 12.6).


Nesse sentido, alguém poderia emocionalmente adoecer diante da perda de bens materiais, ou posição social de destaque, ou até em face de uma aposentadoria, representado a quebra do elo entre a pessoa e o trabalho, como se costuma dizer: “ele começou a morrer quando parou de trabalhar...” Ou a quebra de um relacionamento, uma amizade traída, um fim de casamento, um afastamento do pai em relação a filhos, são exemplos de perda. Há pessoas que são mais vulneráveis que outras diante de situações como essas.

Mas, o tema da morte sempre representou a ruptura mais dolorosa para a maioria esmagadora das pessoas, por ser uma quebra de vínculo irremediável a que todos havemos de passar, exceto os que estiverem vivos no momento do arrebatamento da Igreja (I Tessalonicenses 4. 16-17).

A morte causa dor, comoção, sentimento de impotência diante do que não se pode fazer por quem está às portas da morte, sendo este um ente querido. Ela pode vir sem aviso prévio, violenta como num ataque cardíaco; ou num processo doloroso como numa doença crônica, saber que aquela pessoa vai morrer em breve aumenta o sofrimento de quem acompanha o processo, principalmente se levada em consideração o grau de importância que a pessoa enferma ocupa na vida.

Mesmo com a experiência e o conforto que a pessoa tem na palavra de Deus e na experiência como Cristão, é preciso desenvolver um processo mental conhecido como elaboração do luto, antes da pessoa querida morrer, como forma de criar as condições mentais de manutenção do equilíbrio emocional. Do contrário, a pessoa susceptível pode desenvolver um quadro de depressão, ou outros tipos próprios do “morrer psicológico”.

Quando a pessoa, orientada por um psicólogo, terapeuta, ou um pastor experiente e capaz, desenvolve a elaboração do luto os resultados da experiência da perda são traduzidos pelo alívio ou supressão dos sintomas dolorosos de pesar; mudanças em relação a perturbações próprias da situação; melhor desempenho na adaptação à nova situação.

Nesse processo existe a recuperação, elevação ou regulação da auto-estima e atualização da consciência no sentido de que se percebe que a perda do ente querido de processou, mas que é necessário dar continuidade a vida e se cercar mais afetivamente das pessoas que nos amam e, também, precisam de nossa atenção, carinho e afeto. 

CONCLUSÃO




domingo, 19 de agosto de 2012

A ANGÚSTIA DAS DÍVIDAS



Lição 09
TEXTO ÁUREO: "Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Pois comeras do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem" (SI 128.1,2). O salmista situa a condição do perfeito equilíbrio daquele que tema ao Senhor e o pleno gozo do usufruto do que resulta essa condição:"feliz serás e tudo ti irá bem".

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Timóteo 6.7-1 2


7 - Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. Jó (1.21) tinha essa mesma visão: "nú saí do ventre de minha mãe e para lá voltarei..." Embora tendo sido o mais rico do oriente, sabia que a riqueza material é um juntar constante não eternamente para si. Jesus disse que mais importante do que ser rico materialmente é sê-lo para Deus (Lc. 12.21).
8 - Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Por esse versículo observamos como a vida dos tempos apostólicos era descrita em termos extremamente simples, a ponto de apenas o mantimento e a roupa representarem o essencial para se viver. A palavra que deve ser destacada aqui é: contentamento. Contentar-se com o que Deus deu, e Ele dá em boa medida para ser feliz.
9 - Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína, [observe a expressão "os que querem ser" uma noção clara da cobiça condenada por Tiago 4.2: "Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes".]
10 - Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Quem ama o dinheiro se dá a usura, a avareza a mesquinhez. Mas, nada é mais grave do que o falso sentimento de onipotência que o dinheiro produz na pessoa. Esse sentimento é laço do Diabo para afastar da fé e fazer caminhar para uma terrível destruição.
11 - Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. Contudo, ao homem de Deus não convém essas coisas.
12 - Milita a boa milícia da fé [os vícios desta vida são verdadeiros estímulos que atraem para o erro, é por isso que o texto fala de milícia, de luta, de confronto. Esses estímulos são anulados pela fé], toma posse da vida eterna [Eis aqui a verdadeira riqueza], para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.

I. INTRODUÇÃO

A angústia pode ter origem em vários fatores internos e externos. Quando sentimos aquele aperto no coração, insônia, pertubação, dificuldade de concentração e outros tipos de sintomas, isso é angústia. A própria vida em sociedade é uma fonte constante de angústia. As relações pessoais nos fazem sofrer constantemente. Porém, a lição da Escola deste domingo nos faz refletir sobre o problema clássico da vida moderna: as dívidas.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou a recente pesquisa que aponta o seguinte quadro: uma em cada três famílias está com as contas atrasadas. O valor médio das dívidas gira em torno de R$ 4,5 mil. Menor do que em junho, mas 7% acima do registrado em julho de 2011. O Jornal Correio do Estado (Edição digital) aponta que as dívidas do brasileiro comprometem 42% da renda e o valor médio era de R$ 4,5 mil. Menor do que em junho, mas 7% acima do registrado em julho de 2011.

Por que é importante tratar desse assunto na Igreja? Porque as dívidas tiram a paz, geram angústia e sofrimento. O âmago desse assunto não se aplica apenas aos que "querem ser ricos" como que essa fosse a razão do endividamento. 

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. A Administração financeira nos fornece uma visão clara e objetiva dos recursos que podemos dispor para adquirir, saldar, financiar, investir, economizar. E o passo inicial da administração financeira começa com uma palavra básica: análise. "Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?" Lucas 14.28. Esse texto mostra que Jesus ensinou o valor de analisar as condições e o limite das possibilidades.

Analisar, segundo o Aurélio (2011) é decompor os elementos constituintes do todo em partes. Uma dona de casa faz isso constantemente. Ela sabe a quantidade de ingredientes do jantar para cinco, seis, oito pessoas. Quanto vamos atravessar uma avenida movimentada, temos a noção precisa de quando atravessar com segurança levando em consideração o deslocamento do veículo mais próximo, a extensão da rua e a velocidade que deve imprimir para chegar do outro lado. No âmbito financeiro, temos o salário do mês, e ele deve ser objeto de análise segura, se quisermos viver uma vida livre do tormento das dívidas.

Atualmente, dada a importância da administração financeira em todos os níveis, grandes empresas e corporações prestam consultorias nessa área, algumas gratuitas, por entenderem que a economia de uma nação está ligada ao que fazemos com nosso dinheiro a começar pelos gastos rotineiros em nossos lares. Essas consultorias convergem para a seguinte conclusão: compras devem ser racionalizadas de modo a considerar todos os aspectos envolventes: compras no cartão a longo prazo, juros, prestações, financiamento, etc., priorizando a compra à vista como regra básica para o equilíbrio. Considerado o conjunto desses fatores, aí podemos abraçar o texto no qual o salmista diz: "Quem faz isto nunca será abalado", Salmos 15.5.

CONCLUSÃO

Para a nossa felicidade a Igreja Assembléia de Deus no Brasil hoje aborda uma temática que durante muito tempo negligenciou: a administração financeira. No mundo moderno a dona de casa, o pai de família precisa se apropriar desses conceitos. São bíblicos e infalíveis na prevenção e defesa da harmonia no lar, na igreja, no trabalho e por extensão na sociedade.

Dinheiro é bom, mas perigoso. Deve ser domado e domesticado como um leão feroz que quer nos destruir. De parabéns a Escola Bíblia Dominical pela abordagem madura e precisa desse assunto.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A REBELDIA DOS FILHOS


Lição 08 


TEXTO ÁUREO
“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6). A Nova Versão Internacional diz "educa o menino". O ato de educar em si implica disciplina. Uma vida disciplinada, construída com amor certamente trilhará o caminho certo e mesmo na velhice, não se desviará desse caminho.

VERDADE PRÁTICA
Os pais que negligenciam a educação dos filhos, estão cometendo grave pecado diante de Deus. A rebeldia dos filhos encontra explicação, com raras exceções, na forma como eles são educados. A postura dos pais modelam o comportamento dos filhos para melhor ou para pior.

TEXTO BÍBLICO: 1 Samuel 2.12-14,17,22-25


Versículo 12: "Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial [são descritos como filhos da impiedade, inclinados à desordem e desumanidade]; não conheciam ao SENHOR [uma declaração tácita de que, embora atuassem como sacerdotes (Hb. 7.5) faziam questão de desonrarem a Deus com suas atitudes e corações obstinados]".  

Versículo 13-14: "Porquanto o costume daqueles sacerdotes com o povo [retrata um contínuo de ações que envergonhavam a ordem sacerdotal, demonstrando abuso de autoridade e vida promíscua, irresponsável] era que, oferecendo alguém algum sacrifício, estando-se cozendo a carne, vinha o moço do sacerdote, com um garfo de três dentes em sua mão; E enfiava-o na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto o garfo tirava, o sacerdote tomava para si [tiravam a primazia devida a Deus para usufruto próprio, dando expansão à toda sorte de carnalidade sob o véu da autoridade sacerdotal]; assim faziam a todo o Israel que ia ali a Siló.

Os versículos 15 e 16, respectivamente, denunciam um comportamento glutão, do tipo que se apropria dos manjares com avidez voraz

Versículo 17: "Era, pois, muito grande o pecado [na lista das abominações   se destacam a imoralidade sexual praticada por eles, cf. ver. 22, a violência, cf. ver. 16 e demais transgressões, pelo que o Senhor os queria matar, cf. 25] destes moços perante o SENHOR, porquanto os homens desprezavam a oferta do SENHOR [de tanto presenciarem a impiedade dos filhos de Eli, o povo, gradativamente, foi deixando de adorar a Deus em Siló]." 

INTRODUÇÃO


Criar filhos não é tarefa fácil. Mas, de uma coisa tenho certeza. É bem menos complicado entende-los hoje que nos antigos tempos. Com Philippe Ariès¹, aprendemos que a criança não é uma espécie de adulto miniaturizado como era vista até a Idade Média, a criança começa com a fase que se convencionou chamar de infância. Com Freud e Winnicott descobrimos algo mais ligado ao mundo interno da criança, Anna Freud² segue nessa mesma direção psicanalítica, o mundo psíquico que envolve os impulsos da sexualidade, com Pavlov aprendemos que o comportamento pode ser moldado. E o que dizer de Piaget e tantos outros? 

Qualquer educador cristão, consciente de sua responsabilidade, não pode ignorar a contribuição desses teóricos. Contudo, a Bíblia permanece atual e plenamente aplicável seja em que época for, à educação dos filhos.

I – A DISCIPLINA EVITA A REBELDIA


É provável que a rebeldia dos filhos de Eli seja produto de uma educação permissiva, aquela em que os pais não estabelecem limites. Por pertencer a uma ordem sacerdotal, uma posição especial, Eli como pai deveria desde cedo ter inculcado em suas mentes a Lei do Senhor (Cf. Dt. 6. 2; 7) e os testemunhos do Senhor (Sl. 78.4).

Disciplinar, implica muitas vezes na necessidade de corrigir uma eventual desobediência dos filhos com o castigo (Pv. 19.18; 29.17). Quando olhamos para o texto de Provérbios 13.24, parece não soar harmonicamente com os ideais da pós-modernidade. "O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga." Como é? "fazer uso da vara"? Claro, quando a Bíblia fala em "vara", em "castigo" em relação a pais e filhos certamente não está se referindo a agressão desmedida, a atos desumanos e condenáveis pelo próprio Deus. Mas sim, a uma medida de correção dosada, cuidadosa.

Muito discutido o Projeto de Lei nº 7672/10, de autoria da Deputada Teresa Surita (PMDB-RR), que se tornou conhecida como a Lei da Palmada, trazia no texto original claro teor incriminatório a qualquer tipo de castigo dado à criança. Era na verdade uma emenda ao ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente que coloca em pé de igualdade todos os atos de castigo dos pais aos filhos, associando-os aos atos agressivos e desumanos como um todo. Dando caráter punível aos pais, estes não poderiam exemplar seus filhos, mesmo através de atos mais comuns como uma simples palmada.

Isso gerou uma avalanche de debates, mas por força das pressões representativas evangélicas das Igrejas mais do que pela Bancada na Câmara e no Senado como deveria, de fato, acontecer, esse PL, após percorrer as principais comissões e receber, inclusive parecer favorável pela aprovação, teve o texto modificado em sua essência no artigo 18, alínea A “A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos res-ponsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los."

Sendo que no Parágrafo único, o legislador fez questão, sem rodeios, de dizer-nos que o é considerado castigo: "I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em sofrimento ou lesão à criança ou ao adolescente.

O que a Bíblia chama de castigo que deve ser administrado ao filho desobediente, quando todas as chances de diálogo se esgotam, é fazê-lo sentir dor momentânea, sem quaisquer excessos, sem marcas, sem sofrimento. Nós adultos, como filhos de Deus somos tratados assim, quando necessário: "Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te." (Ap. 3.19). Importante conferir Hebreus 12.5-6. De igual modo, devem os pais, disciplinar os filhos com amor e ternura para produzir cidadãos e cidadãs de bem em nossa sociedade.

II – FILHOS REBELDES


Todos pais devem partir da seguinte indagação: qual a causa da rebeldia? Toda rebeldia tem uma origem. Se os pais assumem comportamentos desajustados, os filhos provavelmente serão. Se os pais optam por criar os filhos de forma permissiva, sem educá-los quantos aos limites, obviamente eles terão sérias dificuldades em lidar com o mundo real, com os direitos individuas e coletivos.

Porém, onde está o erro, quando os pais buscam educar os filhos no temor do Senhor, conduzindo-os à igreja, dando o bom exemplo e mesmo assim eles assumem comportamentos inadequados? Quando acontece isso, a análise deve ser feita de maneira multifatorial, isto é, a raiz do problema pode estar numa única explicação, ou em várias. Por exemplo, determinado filho pode sofrer de hiperatividade e desencadear um comportamento típico do TDAH - Transtorno de Défict de Atenção. Ou, como frequentemente acontece, o filho ou filha pode ter sido vítima de abuso sexual e, dependendo do grau de comprometimento psicológico, pode desenvolver um quadro de rebeldia, dentro do conjunto de sintomas.  

E isso pode acontecer no lar genuinamente cristão? Claro que sim. Enquanto estivermos no mundo estaremos passiveis de sofrer tudo que acontece a qualquer pessoa. Alguém pode até negar esse fato, até lhe acontecer algo semelhante ou pior. O diferencial é estarmos firmados em Cristo para superar todas essas coisas (Rm. 8.37).

III – O QUE FAZER DIANTE DA REBELDIA DE UM FILHO


Achei importante o comentário da sessão 'Dinâmica do Reino' da Bíblia Plenitude (Provérbios 13.24) ao afirmar que "a disciplina é o outro lado do ensino. Uma criança com espírito de aprendizagem precisa de muitas explicações, muita paciência e oportunidades para tentar e experimentar, incluindo o direito de falhar e aprender através dos erros. Mas uma criança que é pega em desobediência voluntária (Pv. 29.15), rebeldia (1 Sm. 15.23) ou insensatez obstinada (Pv. 22.15), impede a eficácia do ensino e desfaz a harmonia da família. A resposta de Deus a isso é uma disciplina firma e amorosa".

A Bíblia faz clara distinção entre disciplina e abuso físico. A disciplina pode ser dolorosa, mas não é prejudicial. Nunca deveríamos causar dano a uma criança (Pv. 23.13), mas às vezes, a dor pode ser parte da correção eficaz. Deus descreve a si mesmo como um disciplinador severo. Embora ele nos discipline sempre por amor e para o nosso próprio benefício, a sua correção pode nos causar dor (Hb. 12.5-11). Da mesma forma, Deus requer que os pais corrijam adequadamente os seus filhos. Até mesmo o destino eterno de uma criança pode depender da disciplina piedosa estabelecida pelos pais.

Contudo, a regra áurea da qual não podemos fugir, na criação dos filhos é: 1) criá-los num ambiente de diálogos abertos e francos. Exercitá-los no jogo de exposição das razões, e estas devem ser verdadeiras. Não basta dizer ao filho ansioso com aquela caixa de brinquedo na mão que simplesmente não vai comprá-lo e pronto. É preciso explicar amorosamente, demonstrando atenção, o porquê não pode comprar, aproveitando para dar uma aula sobre economia doméstica. Conquiste pelo diálogo e nunca precisará recorrer às palmadas. A doutrina que filho só aprende apanhando é do diabo! 2) vencidas todas as tentativas de diálogo, diante da desobediência, e não de um simples erro, os pais, com toda a sensatez e amor, executa as palmadas dando ciência do porquê daquele castigo. 

CONCLUSÃO


Imagine uma reta seguida de três pontos. No primeiro ponto da extremidade está o tipo de criação permissiva, aquela que não impões limites. A outra ponta da extremidade representa o tipo de criação autocrática, na qual os pais são inflexíveis. E o ponto do meio, representa o tipo de criação equilibrada, aquela que conduz a criação na base do diálogo, da compreensão, da disciplina corretiva, como último recurso. Pitágoras, um pensador grego, afirmou certa vez: "educai as crianças para que não seja necessário punir adultos." 

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¹Ariès, Philippe in História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1981; ². Freud, Sigmund; Anna Freud, Winnicott, teóricos psicanalíticos. O primeiro é considerado o pai da psicanálise, a psicologia profunda que investiga os fenômenos do inconsciente. Pavlov, visiologia russo que estudou o comportamento numa perspectiva de estimulo e resposta, modelagem etc.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A DIVISÃO ESPIRITUAL NO LAR

TEXTO ÁUREO: I Pe. 3.1  
"Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua mulher." (Versão NVI)

LEITURA BÍBLICA: I Co. 7.12-16

I. INTRODUÇÃO

O ideal Bíblico é que o lar seja integralmente composto por membros comunicantes da mesma fé, da comunhão em Cristo Jesus. Como membro da Igreja, poderia suavizar essa exposição afirmando que o lar cristão é um céu aqui na terra; mas, como psicólogo, assumo o risco de fugir dessa tendência para destacar que tanto o lar do não-crente como o lar do crente, os problemas de relacionamento sempre existirão. Estresse, contas à pagar, filhos para educar, trabalhos para administrar, e a relação conjugal para se conduzir com muito cuidado.

É claro que, no transcurso de nossa trajetória, nós construímos o tipo de cama na qual vamos dormir e o tamanho do lençol com o qual iremos nos cobrir (Isaías 28.20). Isto me referindo as escolhas que fazemos. Se alguém resolve se envolver com uma pessoa incrédula, estreitam-se os laços e se casam ou vivem maritalmente, conhecendo a palavra de Deus, o resultado dessa relação tende a convergir para incompatibilidades penosas, duras de suportar muitas vezes; mas essa pessoa, achegando-se Deus para Serví-lo com integridade de coração, deve suporta toda essa situação. Não apenas isso, mas conquistar o (a) cônjuge pregando "sem palavras" (I Pedro 3.1), através de um procedimento fiel.

Posturas no lar não condizentes com a palavra de Deus: 1) contrariar o marido crente ou incrédulo sob pretexto de colocar Deus em primeiro lugar. É um engano recorrente. A Bíblia diz: "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor..." (Efésios 5.22); 2) cultivar um ambiente de intensas discussões. A Bíblia põe a mulher cristã como exemplo para servir de modelo: "Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos" (Tito 2.4); 3) convém a mulher se conduzir com prudência num lar dividido entre crentes e não-crentes. "A casa e os bens são herança dos pais; porém do SENHOR vem a esposa prudente." (Provérbios 19.14).

Observei num culto repleto de pessoas, um casal bastante jovem sentado num dos bancos próximos da área central da igreja; ele não cessava de beijar-lhe as mãos a cada minuto que passava. Uma conduta que, a vista dos menos experientes denotava amor. Puro engano. Amor é um sentimento profundo, terno, respeitável, de entranhável afeto, algo que não se traduz em - como diria um sertanejo - "pantim" e jogos de encenação. Já conheci casais que na Igreja se tratam por "môzim" e "filhinho", "filhinha", mas que fora daquele contexto se digladiam, agridem-se mutuamente. Deus abomina uma vida de encenação. Mas ama a sinceridade, a verdade.

A Bíblia nunca se preocupou em apresentar lares cristãos acima de qualquer suspeita, pelo contrário, ela pinta sem retoques lares de homens e mulheres de Deus marcados por conflitos familiares, mas que, na dependência de Deus essas imperfeições são combustíveis para manter acesa a chama do amor. 

Valorize sua família, não se permita jamais desprezá-la, conduza-a ao Senhor em demonstração de obediência a palavra de Deus e você descobrirá um tesouro inestimável.


CONCLUSÃO

O lar cristão, cheio de imperfeições representa o ambiente perfeito para exercitar o amor de Cristo derramado em nossos corações. Não podemos alimentar uma vida de fingimentos e encenações como se o nosso lar fosse o modelo de perfeição. Capa pessoa é um universo, cada mente é um poço profundo, precisamos administrar nossos sentimentos e emoções, desenvolver a misericórdia através da tolerância, da aceitação incondicional.

sábado, 4 de agosto de 2012

DESPENSA VAZIA

Lição 06
TEXTO ÁUREO: "Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão." Salmos 37:25.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: II Rs 4.1-7.

INTRODUÇÃO: 

O mundo da Pós-Modernidade chegou anunciando um tempo de profundas mudanças no pensamento e comportamento humanos. Nesse, particular, temos que admitir que o pensamento teológico também mudou de tal forma que se torna difícil, mesmo para as denominações tradicionais, barrar certas tendências. Antes era comum identificar algum pensamento associando-o à denominação, hoje, já é mais complicado. 

Para ser mais claro, pensar o cristão fiel, cumpridor de seus deveres, ativo na obra de Deus passando necessidades é assunto inaceitável para a teologia da prosperidade. Isto porque, justificam, o crente fiel não passa por esses tipos de situações próprias do infiel.

Quando se analisa a Bíblia se descobre um Deus da provisão (Jeová Jiré), mas como descobrir a essência dessa provisão senão pela experiência das necessidades? "E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás" (Salmos 50.15).

O psicólogo comportamental Abraham Maslow (1908-1970) teorizou sobre a hierarquia das necessidades humanas idealizando uma pirâmide na qual a base representa as necessidades fisiológicas como alimentação, reprodução, abrigo, entre outras; em seguida, as necessidades de segurança. Estas podendo ser segurança física, segurança financeira, saúde, bem-estar etc. Destaca-se também as necessidades de associação, por exemplo, criar vínculos de amizade é uma necessidade; as necessidades de estima representada pelo desejo humano de ser aceito e valorizado. E, por último, no topo da pirâmide, as necessidades de auto-realização, ou seja, o sentido que representa o potencial máximo do ser. Para chegar aqui, é necessário ter satisfeitas todas as demais necessidades. Esse seria o ideal de pessoa plena, realizada. 

No entanto, a Bíblia diz mostra através de inúmeros textos que a alma do homem nunca se farta, quanto mais tem, mas aquilo que se constituía numa ausência de prazer passa a perder o significado para uma nova necessidade e a pessoa muitas vezes perde a visão do que realmente pode lhe fazer feliz. Foi nesse contexto que Jesus repreendeu o rico insensato: "E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" Lucas 12:18-20.

Psicologicamente a natureza humana persegue um alvo com simbolo máximo de seu desejo, quando adquire-o, novas necessidades tornam a reproduzir o mesmo vazio anterior. Por que? A nossa plenitude, o sentimento de completude de todas as lacunas só pode vir de Deus que é a fonte da eterna felicidade.

O salmista Davi, aquele mesmo que precisou comer o pão da proposição (1 Samuel 21.6) que não lhe era devido, mas a necessidade imperava, cantou a Deus respaldado por toda sua experiência: "Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi um justo desamparado!", porque Deus cuida de cada um dos seus. A existência de um necessidade servirá apenas para glorificar o Seu santo nome e contemplar que Deus é Deus de milagres. 

Recomendo a leitura da postagem: NADA ALÉM DE UMA BOTIJA DE AZEITE

domingo, 22 de julho de 2012

SUPERANDO O TRAUMA DA VIOLÊNCIA SOCIAL


TEXTO ÁUREO: Gênesis 6.11
VERDADE PRÁTICA: A Igreja deve acolher com todo amor e hospitalidade, toda pessoa vítima de violência.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Gênesis 6. 5-12.
I. INTRODUÇÃO
A violência é um conceito multidimensional, pode se dá em níveis pessoal, intrapessoal e interpessoal. Pode se manifestar de forma local, regional e/ou global. Quanto a natureza a violência pode ser de ordem espiritual, social e conjuntural.
II. ORIGEM E CAUSA DA VIOLÊNCIA
A Bíblia situa a origem da violência como conseqüência do pecado (Gn. 6.4-12; Jo. 8.32).
III. A VIOLÊNCIA NO MUNDO ATUAL
3.1 Concentração urbana; 3.2 Narcotráfico; 3.3 Disputa territoriais
IV. A VIOLÊNCIA DEIXA MARCAS
O trauma psicológico é um tipo de dano emocional que ocorre como resultado de um algum acontecimento. Pressupõe uma experiência de dor e sofrimento.  O trauma consegue produzir pessoas amargas e complexadas (Sl. 143.11; 2 Co.10.4-5)) Complexo de inferioridade; de autopiedade; de rejeição; de derrotismo etc.
a) a Igreja é o lugar da cura (Is. 43.25; Ef. 4.2)
b) o amor é o remédio mais eficaz (Hb 10.24)
c) a comunhão intensa é cicatrizante (Ef. 3.17)
CONCLUSÃO

Acesse: escoladominicalrevista.blogspot.com

quarta-feira, 18 de julho de 2012

ELE VENCEU COMO HOMEM



TEXTO: JOÃO 1.14

"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." 

INTRODUÇÃO

A minha motivação para seguir a Cristo não está fundamentada em shows dos que, mercadejando a palavra de Deus, mobilizam multidões, arrastando após si verdadeiros fãs clubes de seguidores fanatizados pelas manobras psicológicas e frases de efeito como se Deus, para manifestar seu Poder, precisasse de "ajudinhas de auditórios". A razão da minha fé é outra. "Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós" (1 Pedro 3:15).

Olhando um pouco mais atentamente para a Bíblia Sagrada, por entre os evangelhos que descrevem a trajetória e ministério de Jesus, descubro algo, para mim, edificante e realmente motivador: Ele venceu como homem! Sim, a maior vitória de todos os tempos foi realizada na cruz do Calvário por alguém que precisou abrir mão de todo seu poderio para conquistar a nossa salvação eterna.

É por isso que o Apóstolo dos Gentios o classificou: "Jesus Cristo, homem": "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem" (1 Timóteo 2.5). Isto implica dizer que, para se tornar homem, ele se vestiu da humanidade. Três bases bíblicas me dizem claramente a natureza desse fato: 1) "o verbo se fez carne" - Foi concebido pelo Espírito Santo ("Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.", Mateus 1.18; "Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens", Filipenses 2.7); 2) Como homem, teve o ciclo de desenvolvimento psicossocial comum a seres humanos. Nasceu, desenvolveu-se na infância, pré-adolescência, adolescência e idade adulta, não exatamente seguindo esses conceitos modernos de desenvolvimento, mas essas fases, naturalmente ele as vivenciou. ("E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.", Lucas 2.21). Desenvolveu plenamente a capacidade intelectual ("E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa." Lucas 2:42); o raciocínio lógico ("E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. Lucas 2:46). Ademais, o cotidiano de Nazaré, uma cidade sem expressão em relação às outras da redondeza, era de bastante trabalho para o jovem Jesus, como não poderia ser diferente para o judeu mediano da época; e 3) Como homem ele desenvolveu a capacidade de analisar e interpretar o que é a natureza humana. Ele foi fiel cumpridor da lei (“ Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.", Mateus 5:17; "Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei" Gálatas 4:4); Ele estava sujeito as mesmas exigências orgânicas e limitações fisiológicas e motoras comuns a seres humanos: sentiu cansaço e fadiga ("E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta." João 4:6; "E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo." Mateus 8:24); fome: ("E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome.", Marcos 11:12); ele foi tentado em todos os aspectos: ("Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo". Mateus 4.1; “... um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.", Hebreus 4.15); Tinha sentimentos e emoções fortemente ligados à sua espinhosa missão: ("O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. "  Hebreus 5:7-8. 

Qual a razão de tudo isso? Ele precisava vencer como homem... ("E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.", Hebreus 2:14-15)... Para que a justiça de Deus pudesse ser estendida a cada um de nós ("Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos". Romanos 5:15; "Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante". 1 Coríntios 15:45); "Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos." Romanos 5:19).

CONCLUSÃO

Cristo Jesus, homem, tendo consumado a obra redentora na cruz, nos motiva a perseverarmos na fé ("Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.", Hebreus 12:2). Ele conhece a natureza humana e sabe qual é a nossa estrutura. Ele pode se compadecer dos fracos e convalescentes, dos oprimidos, dos pecadores, porque ele os conheceu e conhece. Ele é capaz de interceder por cada um de nós ("Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.", Hebreus 7.25).

Essa é minha motivação.

João Nunes
Psicólogo e Teólogo