ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

sábado, 20 de março de 2010

VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR PARTE II

Análise da Leitura Bíblica: 2 Coríntios 12.1-12

Versiculo 1: "Em verdade que não convém gloriar-me; mas passareis às visões e revelações do Senhor" (v.1).
Paulo demonstra controle do ego em não ufanar-se, como quem busca créditos exclusivos para si. Ele entende do assunto: "tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus... (Fil. 2.5). E se há algum motivo para se gloriar seria nos sofrimentos de Cristo.
Existem duas descrições do grego, segundo o dicionário VINE (2006) para visão e revelação. A primeira é "horama" para visão, aquilo que é visto ou se permite ver. A jumenta de Balaão viu o anjo com a espada desembainhada, o que foi negado a este, ter a mesma visão, pelo menos nas primeiras intervenções do anjo do Senhor (Números 22.27[...]). Este episódio agrega o sentido de visão e o de "apocalupsis", para revelação. É o desvelo de um segredo, algo que estava "sunkaluptõ", encoberto, oculto, não acessível ao sentido da visão. Pode se ler em Daniel (2.22) que "Ele [Deus], revela o profundo e escondido, conhece o que está em trevas e com Ele mora a luz".

Versiculo 2: "Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro céu"
Paulo lança mão de um recurso da linguagem, a silepse, para exprimir uma idéia no sentido próprio e figurado a um só tempo. Se fosse um dos "pop star" do mundo gospel atual, que sente prazer em ocupar a posição de estrelato, teria dito de cara que os créditos eram seus, e somente seus!
Mas o apóstolo evita qualquer insinuação de que tenha recebido crédito especial com essas revelações, ficando evidente que o tal "homem" que fora arrebatado foi, na verdade, ele mesmo.
Normalmente, a compreensão que temos sobre o ser arrebatado até o terceiro céu é a mesma difundida pela tradição judaica (Stern, D. in Comentário Judaico do Novo Testamento, 2008), a saber: Por primeiro céu, a atmosfera na qual vivemos. Já nos imaginamos pequeninos pontos vistos de uma altura considerável ainda na atmosfera. O segundo céu é o que podemos perceber do Universo. Para a Cosmologia, Universo é o conjunto de todos os corpos que existem no espaço celeste, sendo que este espaço é infinito. Por fim, o terceiro céu, é descrito como a habitação de Deus. E, neste particular, temos os modos e os níveis de permissão de se acessar essa habitação, haja vista a declaração imperativa de que "ninguém subiu ao céu, senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu (João 3.13). Porém, acreditamos que a menor das revelações sobre o esplendor dessa habitação de Deus é de uma grandeza tão inexprimivel que Paulo não encontra palavras para descrevê-la para nós outros: "E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe); foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis (sinônimo daquilo que não se pode dizer), de que ao homem não é lícito falar" (versículo 3 e 4).

Versiculo 3:"Se no corpo, se fora dele..." Esta doutrina parece está bem clara na 1º carta, no capítulo 15.50, quando afirma que "carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus nem a corrupção herdar a incorrupção", pelo que se conclui que Paulo não poderia ter sido arrebatado em corpo ou como ele mesmo diz, no corpo. Parece que esta revelação teria se dado de forma extracorpórea, como num extase, num arrebatamento de espírito. João, o discípulo amado, exilado na Ilha de Patmos afirmou: "...achei-me em espírito no dia do Senhor..." (Apocalipse 1.10).

Versiculo 4: "Fui arrebatado ao Paraíso..."
Lugar de descanso e comunhão com Deus, para onde vão os justos quando dormem no Senhor, ao contrário da sorte dos ímpios. A teologia desse lugar encontra explicação nas Escrituras tendo como fato central a morte e ressurreição de Jesus. Ele é a chave do mistério da ressurreição que Paulo ensinou em 1 Coríntios 15 e em 1 Tessalonicenses 4.14-18. É ponto basilar que os justos do Antigo e Novo Testamento aguardam o "toque do Shofar" para saírem dentre os mortos. É a ressureição dos justos, a "encontrarem com o Senhor nos ares". Outros textos que reforçam essa doutrina encontra-se em Lucas 16.19-31; 23.43 et al.

De uma coisa podemos ter certeza: se Paulo esteve em espírito no Paraíso e ouviu palavras inefáveis do proprio Deus, qual não será a grandeza da revelação que Deus está para fazer ao santos que o aguardam na segunda vinda de Jesus! Sim! Palavras de um velho que serviu durante toda a sua vida ao Senhor. Ele esteve pessoalmente com Jesus e agora estava na cidade de Éfeso, já cansado de seus dias. Ele disse: "Amados, somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele se manifestar (gr: parousia), seremos semelhantes a ele, porque assim como Ele é O veremos" (1 João 3:2).

Recomendo aos diletos professores e professoras da EBD, que não esqueçam de explanar o conteúdo completo da lição, observando os objetivos propostos, os tópicos e subtópicos, mas, sobretudo a Leitura Bíblica em Classe. Essa parte da Lição Bíblica é essencial para que aprendamos a palavra de Deus de forma genuina e edificante.

BOA AULA!

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