Texto: João 1.1-3: "No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez."
Introdução
O verbo em si, analisando pelo prisma filosófico, fora em algum tempo, considerado como princípio ativo, ou razão de todas as coisas, o logos que pôs ordem ao caos. O apóstolo João, vivendo num ambiente grego cuja cultura respirava ora o misticismo pré-socrático ora a filosófia dos sofistas entre outras, achou por bem realçar a figura do logos em termos cristocêntrico, não aquele logos concebido pela filosófia, mas o Logo personificado na pessoa santa de Cristo Jesus, o galileu que morreu em Jerusalém e que ressucitou vindo a ser a causa da salvação eterna ("e, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser autor de eterna salvação para todos os que lhe obedecem", Hebreus 5.9).
O texto do capítulo primeiro de João no versículo 1º começa afirmando que "no princípio era o Verbo...", considerando que o profeta Isaías afirmou em relação ao Messias que ele é "Deus Forte, Pai da Eternidade" (Isaías 9.6) nos levando a inferir que Jesus é preexistente com o Pai, além de ser Ele mesmo o que deu origem a própria eternidade e que num dado intervado de tempo criou todas as coisas. ("Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam principados, seja potestades, tudo foi criado por Ele e para Ele, Ele é antes de todas as coisas e sem Ele nada do que foi feito se fez", Colossenses 1. 15-17).
No livro de Hebreus, no capítulo primeiro e versículos 1-3 lê-se: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, nestes últimos dias falou-nos pelo Filho, a quem constitui herdeiro de todas as coisas e por quem também fez o mundo; sendo Ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder...".
Pelo que se observa textualmente, Jesus é incriado, pré-encarnado, préexistente, coexiste com Deus e Ele mesmo é Deus. E essa doutrina tornara-se mais acessível na extensão de sua compreensibilidade para qualquer grego justamente pela abordagem, o Verbo de Deus que ao mesmo tempo era Deus. O mais surpreendente de tudo é que esse mesmo Jesus, excelso, sublime, soberano e grande em força e poder, quando de sua encarnação, "e o Verbo se fez carne", deixou a mais alta lição de humanidade, de amor, de compaixa. E isso Ele provou morrendo num madeiro, assumido no seu corpo a maldição de todos nós, tornando acessível a salvação como o bem mais precioso que alguém pode desejar.
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