ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

sábado, 31 de março de 2012

APOCALIPSE DE JESUS CRISTO




[1] Revelação* de Jesus Cristo [A fonte da revelação é o próprio Jesus Cristo, agora não mais nas feições de servo sofredor, mas como Deus glorificado], a qual Deus lhe deu [essa expressão demonstra a perfeita harmonia do Trino Deus, coexistente na pessoa do Filho, do Pai e do Espírito], para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer [Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas. Amós 3:7]; e pelo seu anjo as enviou [o veículo da transmissão da revelação foi um anjo, como as demais revelações de grande importância profética], e as notificou a João seu servo [João foi o canal difusor dessa revelação destinada, primeiramente, às sete igrejas da Ásia Menor];

[2] O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto [João veio a ser testemunha fiel por ter sido partícipe do ministério terreno de Jesus, portanto, sua autoridade para testificar o teor dessa revelação está acima de qualquer questão].

[3] Bem-aventurado [ditoso, mais que feliz] aquele que lê [Seja pela escassez de livros à época, seja pelo aspecto da retenção literária do escrito santo, de uma forma ou de outra, é um privilégio ler essa revelação profética], e os que ouvem as palavras desta profecia [A mesma bem-aventurança é reservada ao que ouvi], e guardam as coisas que nela estão escritas [...Sendo que os dois processos anteriores, ler e ouvir, tornam-se nulos, sem esse último]; porque o tempo está próximo.

[4] João, às sete igrejas [No final do primeiro século a Eclésia ainda tinha feições de reuniões de cristãos que formavam a comunidade da comunhão] que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir [Expressão que revela a transcendencia de Jesus, como Deus. Ele é o verbo encarnado (João 1.1-3) e o verbo glorificado (Ap. 19.13)], e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono [As figuras de imagens utilizadas ao longo de todo o livro são marcantes com destaque para o número sete que evoca o ideal de perfeição de Deus, sendo que sete espíritos podem representar um só espírito com sete manifestações distintas];

[5] E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra [Fiel testemunha, primogênito dos mortos, apontam para o passado; Principe e Aquele que nos ama, se refere ao presente imediato e guarda relação com o futuro próximo]. Aquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,

[6] E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai [Êxodo 19. 6; I Pe. 2.5,9; Ap. 5.10]; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.

[7] Eis que vem com as nuvens [Note que Ele vem com as nuvens, Daniel 7.13], e todo o olho o verá [Imagine que Deus, sendo Soberano, não necessita de um complexo e avançado sistema de satélite para se fazer ver ao mesmo tempo em toda a terra. Jesus tornará essa visão global realizável. E Ele irá além, os mortos O verão], até os mesmos que o traspassaram [Zacarias 12.10]; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele [Confira Salmos 2]. Sim. Amém.

[8] Eu sou [Uma expressão de autoridade soberana que implica em dizer "Eu sou o que sou" (Êxodo 3.14), autoexistente, em relação ao mundo e as coisas criadas Ele é pré-existente, autosuficiente, eterno, Colossenses 1.15-16] o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso [Um reforço linguístico para mostrar que Ele não está sujeito ao tempo e ao espaço nem a quaisquer limitações fisicas e metafisicas].
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Notas explicativas: * Revelação: apokalupsis "descobrimento, divulgação, revelação". Esta palavra grega é usada no Novo Testamento em diversas ocasiões, por exemplo, no ato de Jesus tirar o véu de trevas que cobria os gentios (Lc 2.32; Is. 25.7); revelar instrução à igreja (1 Co. 14.6,26) e, por último, a previsão simbólica das imagens que anunciam o tempo do fim (Ap. 1.1-3). Apokaluptõ significa "descortinar, descobri, desvelar, revelar". É formado por 'apo'="de" e 'kaluptõ' "cobrir. (VINE, 2006).

sexta-feira, 30 de março de 2012

O ÚNICO DEUS

TEXTO: Deuteronômio 6.4: "Ouve Israel; o Senhor Nosso Deus é único Senhor"

INTRODUÇÃO

Essa sentença pronunciada no versículo quarto do capítulo sexto do Código Deuteronômico era usada pelos judeus de todas as idades em ocasiões solenes; o velho, o jovem e a criança diziam em voz alta: "-Ouvi ó Israel, Jeová é Um!", o que na Teologia se destaca o principal atributo de Deus a 'unitas singularitatis', isto é, não há deus antes, não há depois e nunca haverá Deus como o Altíssimo.

Essencialmente, Deus na Sua singularidade é Um. É único, benevolente, amoroso, presente, imanente, transcedente, invisível, real e oniponte. Deus é tão grande, mas apesar de Sua grandeza, habita no coração do simples. Ele é tão amoroso que enviou Seu Filho, num gesto de infinito amor e compaixão para cumprir nEle o propósito da salvação.

A sorte de Israel estava no ouvir a Deus, ao único Deus. A desgraça, estava em ouvidá-lo. A distancia de Deus empobrece, a proximidade, enriquece, humaniza. A plenitude de Deus é o céu, a excassez de Deus é o inferno. Sendo que, estando com Deus e Ele estando conosco até o inferno se transforma em paraíso e a mais tenebrosa das tempestades se converte em bonança.

Estando com Deus, as muitas águas não conseguem nos submergir, nem as chamas do fogo têm poder para destruir, nem os espinhos, sufocar. Deus é o diferencial. Mas não qualquer um Deus, o Único Deus! Não o deus das conveniências, o deus imediatista, ou o deus desse século que tem segado o entendimento dos incrédulos.

O Deus Único, pelo Sua singularidade, não quer se relacionar apenas momentaneamente com as pessoas, mas, sim, ter um relacionamente concreto, próximo e real com as pessoas, com Seus adoradores. Nesse caso, sim, o Único Deus pode se revelar da forma mais especial possível em nossas vidas.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O VERBO DE DEUS

Texto: João 1.1-3: "No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez."

Introdução

O verbo em si, analisando pelo prisma filosófico, fora em algum tempo, considerado como princípio ativo, ou razão de todas as coisas, o logos que pôs ordem ao caos. O apóstolo João, vivendo num ambiente grego cuja cultura respirava ora o misticismo pré-socrático ora a filosófia dos sofistas entre outras, achou por bem realçar a figura do logos em termos cristocêntrico, não aquele logos concebido pela filosófia, mas o Logo personificado na pessoa santa de Cristo Jesus, o galileu que morreu em Jerusalém e que ressucitou vindo a ser a causa da salvação eterna ("e, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser autor de eterna salvação para todos os que lhe obedecem", Hebreus 5.9).

O texto do capítulo primeiro de João no versículo 1º começa afirmando que "no princípio era o Verbo...", considerando que o profeta Isaías afirmou em relação ao Messias que ele é "Deus Forte, Pai da Eternidade" (Isaías 9.6) nos levando a inferir que Jesus é preexistente com o Pai, além de ser Ele mesmo o que deu origem a própria eternidade e que num dado intervado de tempo criou todas as coisas. ("Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam principados, seja potestades, tudo foi criado por Ele e para Ele, Ele é antes de todas as coisas e sem Ele nada do que foi feito se fez", Colossenses 1. 15-17).

No livro de Hebreus, no capítulo primeiro e versículos 1-3 lê-se: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, nestes últimos dias falou-nos pelo Filho, a quem constitui herdeiro de todas as coisas e por quem também fez o mundo; sendo Ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder...".

Pelo que se observa textualmente, Jesus é incriado, pré-encarnado, préexistente, coexiste com Deus e Ele mesmo é Deus. E essa doutrina tornara-se mais acessível na extensão de sua compreensibilidade para qualquer grego justamente pela abordagem, o Verbo de Deus que ao mesmo tempo era Deus. O mais surpreendente de tudo é que esse mesmo Jesus, excelso, sublime, soberano e grande em força e poder, quando de sua encarnação, "e o Verbo se fez carne", deixou a mais alta lição de humanidade, de amor, de compaixa. E isso Ele provou morrendo num madeiro, assumido no seu corpo a maldição de todos nós, tornando acessível a salvação como o bem mais precioso que alguém pode desejar.