ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

sábado, 16 de janeiro de 2010

A CARTA PERDIDA DE PAULO

Cerca de seis meses a um ano após a primeira epístola aos coríntios seguiu esta segunda, ocasionada pela mudança de condições na Igreja de Corinto. Como transparece de um exame atento dos textos das duas epístolas, os acontecimentos ter-se-iam desenrolado, com toda a probabilidade, da seguinte maneira:
Tento-se apresentado em Corinto inovadores judaizantes, contrários ao Apóstolo, lançam a agitação no meio dessa da Igreja, e Paulo vai a Corinto, numa breve visita a fim de restabelecer a paz (12, 14;13.1-2); essa visita deixa-lhe a alma amargurada por uma ofensa que um cristão faz à sua própria pessoa (2,5;7,12).
Voltando para Éfeso, ele escreve aos coríntios (2,3-4.9;7,8.12) uma carta enérgica e severa, que se perdeu (não é a 1 Coríntios, que é mais amena).
Entrementes, envia Tito com a missão de restabelecer a paz na Igreja de Corinto e conseguir um relatório fiel do seu estado e dos sentimentos dos cristãos para com ele. Sobrevindo inesperadamente o violento tumulto dos ourives de Éfeso contra ele (At 19, 23-40), Paulo parte e antes do tempo que ele mesmo havia estabelecido dirige-se para Trôade, onde marcara encontro com Tito. Não o tendo encontrado aí, passa para a Macedônia, onde, finalmente, encontra Tito, que lhe transmite as mais consoladoras notícias. Assim consolado, o Apóstolo reenvia Tito a Corinto com a finalidade de organizar a coleta em favor dos pobres de Jerusalém. Entrementes escreve, talvez de Filipos, no fim de sua terceira viagem missionária, no ano de 57, a primeira e a segunda parte da segunda epístola, que possuímos.

Não obstante toda essa exposição HARRIS (2005:50) afirma:

"2 Corintios fue escrita c. 56-57 d.C., sin duda por Pablo, tal vez en Macedonia, o parte en Efeso. Anteriormente la mayoría de los especialistas cuestionaron la unidad del documento y sostuvieron que 2 Corintios era una colección de cartas paulinas. Sin embargo, nunca hubo consenso en cuanto al número de cartas, su cronología precisa y su relación mutua. La investigación de Johann Salomo Semler (1776) sólo fue la primera de muchas teorías sobre el número y el orden de las cartas.
En la última década fue reconsiderada la unidad de la carta. Nuevos estudios de las técnicas de la retórica antigua señalan que cambios abruptos de tono emocional no necesariamente indican costuras (uniones) de distintos documentos. Por lo tanto, especialmente para una primera aproximación a 2 Corintios, es preferible aceptar la tradición de la unidad de la carta. A la vez, reconoceríamos en la carta ciertas divisiones tan abruptas que indicarían uniones de cartas de Pablo originalmente distintas o, tal vez, reflejarían etapas en el proceso de redacción" (Murray Harris 2005:50-1).

O que nos leva a concluir que, de fato, existem pormenores importantes nas Sagradas Escrituras, que se perderam no tempo, informações hoje, a nós, indispensáveis, mas que na época desprezíveis, poderia sanar muitas indagações no campo teológico.

"Persiste em ler, exortar e ensinar..." (1 Tm 4.13)

















A IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS -, Ministério de São Paulo, situada em Valentina, João Pessoa-PB, estará realizando em seu Templo Sede, o CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL nos dias 24,25 e 30, 31 de Janeiro de 2010.
O Curso será ministrado pelo Psicólogo João Nunes e abordará temas como Gestão da Escola Bíblica Dominical, Metodologia do Ensino, Bibliologia e Psicologia do Desenvolvimento.
Os interessados poderão fazer suas inscrições na Sede da Igreja e obter maiores informações.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Lição 2: O CONSOLO DE DEUS EM MEIO À AFLIÇÃO


Texto Áureo:

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação” (2 Co 1.3)

Texto Bíblico: 2 Co. 1-7.

Podemos considerar a existência da aflição sob duas óticas: na perspectiva intrapessoal e na interpessoal. A aflição intrapessoal (intra=posição interior, de dentro) indica que o mal estar gerado pode ter sua origem na própria pessoa, voltada para si própria. É o caso de alguma doença que se instalou no corpo, por exemplo, e não tem relação direta com as pessoas que nos cercam. A causa pode ser simplesmente física ou pode ser espiritual.
Já na ótica interpessoal (inter=interação, reciprocidade), a aflição é acarretada como resultado das relações pessoais, pois vivemos numa dinâmica de interatividade com o outro e isto, em determinado nível, pode nos incomodar, nos aborrecer e até mesmo nos fazer adoecer, quando consideramos a possibilidade de psicossomatizar emoções destrutivas.
Paulo, em suas cartas, principalmente em 1 e 2 Coríntios, demonstra alta capacidade para lidar com a aflição, deixando sua contribuição literária a cerca da teologia do sofrimento cristão em contraposição ao argumento do movimento da Prosperidade que advoga a idéia de que o crente fiel não sofre.

Não podemos nos situar, em hipótese alguma, sob pretexto algum, nos extremos. Há pessoas piedosas, freqüentes na igreja, nas reuniões de oração que vivem e se alimenta do próprio sofrimento, achando que quanto mais sofrerem estarão pertos de Deus. É a posição do crente “coitadinho”. Eles deliberadamente se esquecem do que Jó afirmou: o mesmo Deus que fere é o Deus que sara (Jó 5.18); ou o que Jesus disse: “Tenho vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16.33), o Salmista afirmou: “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas” (Sl 34.19), “Por causa da opressão do pobre e do gemido dos necessitados Me levantarei agora, diz o Senhor e porei a salvo aqueles para quem eles assopram” (Sl. 12.5).

No outro extremo estão as pessoas que não aceitam a realidade da aflição, das angústias da vida por tomarem como certa a extinção de todo e qualquer sofrimento. Elas afirmam que Cristo já conquistou na cruz nossa vida plena conforme Isaías 53. Como “Ele levou sobre si todas as nossas dores” não devemos aceitar infortúnios em nossa vida. Quando isto ocorre é porque não aprendemos a declarar a palavra de Deus, ou porque estamos em pecado.
São pessoas igualmente piedosas e que buscam a Deus, como nós. Porém vêem a revelação da Palavra como outros olhos. Ou seja, vivem no extremo da questão.

O correto é procurarmos viver de forma equilibrada. Para isto, precisamos sair dos extremos, e aprender com Paulo que a vida do cristão é repleta de lutas e tribulações e é exatamente por esta razão que Jesus prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28.20) e, ainda mais, Ele enviaria o outro Consolador, que é o Espírito Santo para nunca nos sentirmos sós, nem desamparados (João 14.16).

Orientações Aditivas

Como na primeira lição, os elementos introdutórios de 2 Coríntios estiveram presentes, é pouco producente continuarmos batendo nessa mesma tecla, quando o tempo da aula pode ser preenchido de várias formas criativas. Por exemplo, podemos fazer uma síntese da visão de Paulo sobre a aflição, mostrando o que ele sofreu por amor ao evangelho de Cristo, a árdua posição de um ministro enviado por Deus e focarmos o consolo que vem de Deus e nós como despenseiros desse consolo na comunidade cristã.


Esboço da Lição:

INTRODUÇÃO
I. UMA SAUDAÇÃO ESPECIL E INSPIRADORA
1. Sua identificação pessoal e os destinatários
2. O apostolado Paulino e a vontade de Deus
3. Sua saudação especial
II. AFLIÇÃO E CONSOLO
1. Paulo, sua fé e gratidão.
2. O consolo divino e o consolo comunitário
3. A aflição na experiência cristã.
III. AMARGURA E LIBERTAÇÃO
1. Paulo enfrenta uma terrível tribulação.
2. Paulo confia em Deus para sua libertação.
3. Paulo confiou em Deus e foi liberto.
CONCLUSÃO

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Lição 1: A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO


Texto Áureo:

“Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo” (2 C0 1.5)

Texto Bíblico: 2 Coríntios 1.12-14; 10.4,5.

Ao iniciarmos o primeiro trimestre de 2010 com o estudo da segunda epistola de Paulo a Igreja que estava em Corinto, com o tema “Eu, de muito boa vontade gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas” talvez seja oportuno lembrar que Paulo, autor dos 13 livros que compõe a maior parte do Novo Testamento foi o pioneiro responsável pela circulação de escritos entre os cristãos mesmo antes dos evangelhos. Isto nos dá mais ou menos uma idéia do quanto as comunidades cristãs formadas ao longo dos 50/60 primeiros anos da igreja careciam de maiores informações e ensino doutrinário. E, quando nós volvemos o olhar para a crescente população cristã espalhada por toda a região da Ásia Menor podemos imaginar quão urgente era a preocupação de Paulo em fazer circular suas cartas, ora com o gênero literário e estrutura que variava entre tratados teológicos profundos que versavam sobre a natureza da salvação em Cristo, a fé, os dons espirituais, a santidade, a segunda vinda do Senhor, ora com o simples estilo e linguagem direta como no bilhete enviado a um certo Filemon, cujo portador era, na verdade, o próprio escravo que havia fugido de seu senhor.
A preocupação de Paulo era justificada pelo fato de lá fora, fora dos limites da palestina, do ambiente de Jerusalém, haver uma civilização, a gentílica, plurecultural, caracterizada pela vastíssima diversidade. Ele sabia que os crentes dessa região habitavam exatamente num mundo cujos padrões éticos e morais apresentavam uma variabilidade tal que o considerado abominação por uns poderia ser muito bem aceito por outros, num mesmo espaço geográfico.
É o caso, por exemplo, da cidade de Corinto. Uma metrópole rica, entreposto comercial, ponto para onde convergiam as principais correntes filosóficas e religiosas, tendentes ao politeísmo de cunho liberalista.
Não demorou muito para Paulo perceber que a igreja que ali nascera estava infectada com alguns indivíduos estranhos ao amor de Deus, ao propósito do evangelho. Logo se tornaram partidaristas (1 Co. 3), insolentes, permissivos (1 Co 5) e arrogantes (2 Co 11.13). Não obstante haver pessoas comprometidas com a verdade e fiéis aos princípios do evangelho de Cristo a situação espiritual exigia uma nova carta e Paula a deu.
Era necessário expor mais uma vez a natureza de seu chamamento para o apostolado, diferentemente daqueles falsos mestres, opositores de Paulo, que se auto proclamavam “apóstolos” sem legitimidade alguma, sem se fazer acompanhar pelas credenciais (2 Co 12.13) que atestam por si, aqueles verdadeiramente chamados por Deus.

Esboço da Lição

I. A CIDADE DE CORINTO
1. Uma metrópole estratégica do séc. I d.C.
2. Uma cidade histórica e libertina.
3. Local da carta.
II. OBJETIVO DA CARTA
1. Autoria e características da carta.
2. A carta tem um caráter pessoal.
3. A exposição do ministério e apostolado paulinos e a coleta para os necessitados.
III. AS LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM PAULO
1. Amar sem ser conivente.
2. Ser obreiro é estar disposto a sofrer perseguições internas.
3. Paulo não tomou todos por alguns.
CONCLUSÃO