ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

sábado, 11 de dezembro de 2010

A ORAÇÃO QUE CONDUZ AO PERDÃO














Texto Áureo: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto" (Salmos 51.10)

Verdade Prática: Um espírito quebrantado em oração é um poderoso instrumento para restaurar a comunhão com Deus.

Leitura Bíblica em Classe: Salmos 51.1-13.

Autoria. (Ano possível 992 a 991, há 1018 anos passados, ref. 2010) O texto do salmo 51 é atribuído a Davi, tendo-se como base o momento posterior ao encontro do Profeta Natã (1 Sm 11 e 12). Este, expôs todo o mal que Davi havia cometido. Num ato penitente, Davi evoca não a justiça de Deus, cabível ao ato, mas a misericórdia.

Gênero Literário. Esse tipo de salmo, comum no seu conjunto, pode ser classificado como um salmo penitencial. A penitência, compreendida como uma disposição mental que - em face de uma penalidade pré-anunciada - o infrator volve-se para seu Senhor com coração arrependido pela falta cometida, contrito e humilhado suplica pelo perdão.

Texto. (Versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel) Versículo 1: "[Salmo de Davi para o músico-mor, quando o profeta Natã veio a ele, depois dele ter possuído a Bate-Seba] Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.

Observemos que Davi, evoca a misericórdia de Deus. Tal fato me faz lembrar um dos princípios bíblicos: A justiça de Deus é implacável (Porventura perverteria Deus o direito? E perverteria o Todo-Poderoso a justiça? Jó 8:3); porém, cheia de misericórdia (Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias... 2 Coríntios 1.3).

A palavra hebraica 'Kapar', segundo nos mostra Wycliffe, encerra o sentido de cobrir o pecado da vista de Deus (Salmos 78.38; cf. Dt 21.8; Jr 18.23). E esta era a razão de existir dos sacrifícios oferecidos pela expiação da culpa (Levítico 14.13-14) e pela existência do Ministério Sacerdotal (Hebreus 5.1-3).

Mas Davi apela não para os rituais do ofício sacerdotal (como iremos ver amais adiante) e sim para a "multidão das misericórdias de Deus". Ele clama para que Deus APAGUE suas transgressões apontando para Aquele que viria espargir, um dia, seu próprio sangue em favor dos pecadores.

Versículo 2:"Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado".

Davi, nesse versículo, sente e expressa em seu clamor uma verdadeira necessidade de ver-se lavado completamente de sua iniquidade. A consciência, esse juízo que ora nos defende, ora nos condena está sempre no mesmo lugar de nossas almas para nos fazer sofrer com a repugnância de atos vergonhosos. Chegamos a enojar só em pensar nas consequências pessoal, social e espiritual dos atos que poderiam ser evitados pelo comando de nosso arbítrio. Ele conclui: "purifica-me!"

Davi evidenciou, através desse clamor, a possibilidade da alma purificada através de um sacrifício vicário, isto é, num futuro mais à frente de sua época, Jesus haveria de vir, o Verbo haveria de encarnar para então dar sua própria vida, derramar seu próprio sangue em nosso resgate. "e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1:7).

Versículo 3:"Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim".

O perdão, só pode se processar em minha vida se eu me dispuser a buscá-lo, aniquilando toda a propensão de autojustificação. Davi foi no alvo da questão: "Conheço as minhas transgressões!".

Versículo 4: "Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares".

Um passo decisivo na vida de qualquer transgressor é reconhecer sua real condição: "pequei", "fiz o que é mal". E contra quem? "Contra ti", "à tua vista". Davi colocou a justiça de Deus acima das contradições humanas: "Para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares". Ou seja, no momento em que o Eterno Juíz, pronunciasse a sentença, Davi, na condição de réu já havia reconhecido a culpa e exatamente por isso, anuladas toda e qualquer possibilidade de defesa diante do pecado praticado ele apela para a misericórdia de Deus.

Versículo 5:"Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe".

Nesse versículo, Davi mostra a inerência do pecado na natureza humana, assim como Paulo a frisou em Carta aos crentes que estavam em Roma: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23).
De modo, que ninguém pode se justificar diante de Deus, senão através do Filho. Ele veio para nos salvar e justificar diante do Pai.

Versículo 6: "Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria".

Se a natureza essencial de Deus é constituída pela verdade, e na verdade de funda a verdadeira sabedoria, Ele se compraz em ensinar-nos a sabedoria para nos fazer entender e guardar a verdade no íntimo. A verdade deve se situar em nós traduzida pela pureza, santidade e justiça de Deus.

Versículo 7: "Purifica-me com hissope, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve".

No ritual sacerdotal, o Sumo Sacerdote, tendo imolado o cordeiro, embebe o sangue derramado numa espécie de esponja, de um arbusto chamado hissope, (Hb 9.19) e então asperge sobre o povo. Davi clama para o único que pode torná-lo puro, mais alvo que a neve, o Sumo Sacerdote de nossas almas, Jesus Cristo. "Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" (Isaías 1.18); "Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hebreus 4.14-16).

Orientação Pedagógica. Quando estivermos diante da classe, eis aí o grande desafio educacional. Podemos simplesmente nos limitar a comentar superficialmente o tema da lição, levando o ensino para o lado emotivo; ou assumirmos a postura de um verdadeiro educador cristão, que sem rodeios, transmite habilmente o conteúdo não deixando para trás nenhum de seus múltiplos aspectos.

Por fim, lembremo-nos disso: a lição e o comentário são partes acessórias do livro principal que é a Bíblia. Logo, a lógica sugere que o texto bíblico em classe não seja relegado a um segundo plano, muito menos esquecido. Obrigado e boa aula.

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Lições Bíblicas/4º Trimestre de 2010/CPAD.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A ORAÇÃO NA VIDA DE JESUS
















A Bíblia Sagrada no Antigo Testamento mostra onde foi possível ir através da oração. Orar e ser respondido é a prova de que alguém tem, de fato, ligação com os céus. Elias, Josué, Daniel, Ana eram homens e mulheres de oração. Mas é no Novo Testamento que encontramos o exemplo mais fiel do grau de intimidade cultivado por meio da oração: Jesus.

Jesus viviam constantemente em contato com o Pai em oração. Noites e noites foram por Ele dedicas ao diálogo com Deus. Em Mateus 14.23, Jesus mostra que a solidão muitas vezes é necessária para nos encontrarmos com Deus em oração. "E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só". Porque existe assuntos em nossa vida que precisam ser tratados exclusivamente com Deus. São coisas que só Ele entende. Jesus, desde a sua mais tenra idade soube que não poderia contar com ninguém para dizer aquilo que afligia o mais profundo de sua alma. Mas a Deus, tudo podia ser dito. Ele nos conhece por dentro e por fora e é quem penetra no mais profundo do nosso ser.

Jesus foi quem disse que a oração não dependia de excessos de palavras gramaticalmente corretas. Preciosismos e latinismos não acrescentam nada a oração. Disso os hipócritas entendiam bem. A oração é uma conversa tão pessoal, singela e sincera que o procedimento é descrito pelo próprio Mestre a seus discípulos: "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente" (Mateus 6.6).

Quando você for orar lembre-se disto. Deus quer lhe ouvir, sem rodeios, sem meias palavras... Com toda sinceridade do seu coração. Você irá se surpreender com as coisas em seu redor, com as pessoas, com as maravilhas advindas da parte de Deus por meio da oração.

sábado, 20 de novembro de 2010

A ORAÇÃO SACERDOTAL DE JESUS CRISTO

Lição 8. 21 de novembro de 2010.
Texto Áureo:
"E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus" (Lc 6.12)

Verdade Prática:
A vida de oração de Jesus é um exemplo para todo crente que deseja cultivar um relacionamento íntimo com o Pai e agradá-Lo em tudo.

Leitura Bíblica em Classe:

Evangelho de João, capítulo 17. 1-4; 15-17;20-22.

Versículo 1. Jesus falou essas coisas e, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti. O capítulo 17 de João, para mim é um dos momentos mais sublimes do ministério terrestre, ou como dizia os expositores antigos da Bíblia, "terreal de Jesus". Mas, se há um termo que preciso destacar neste versículo é a parte em que Jesus afirma: "...é chegada a hora!". Isto numa clara demonstração de que para aquele momento foi que Ele veio ao mundo. Aquele momento era singular, era a hora em que o Filho seria glorificado no Pai através do sacrifício na cruz. Sua alma estava angustiada, perplexa com as coisas que podia antever a respeito dEle mesmo (Hb 5.5-8; João 12.27). Um turbilhão de pensamentos complexos borbulhava na mente do Nosso Salvador, mas a imagem de seus discípulos, daqueles homens e mulheres que O acompanhavam era tão nítida, tão forte aquele sentimento de quem não os podia abandonar, não importava o que acontecesse Ele os amava e precisava pedir ao Pai por eles. Versículo 2. assim como lhe desse poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. Ao vindicar a glória que tinha com o Pai antes da fundação do mundo (17.24) é evidenciado que a encarnação do Verbo de Deus abriu a porta de acesso à vida eterna (Tito 3.5). E prossegue afirmando o texto do versículo 3: "E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste". No versículo 4, existe a afirmação inequívoca de que Jesus nunca disse algo ou fez ou ensinou sem que tributasse a glória exclusivamente Àquele que O enviou, o Pai ("Eu não recebo glória dos homens!" - João 12.42; "Eu não busco minha glória" - 8.50; "Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo..." - Hb 5.5).
Já no versículo 15, Jesus intercede claramente pedindo ao Pai que nos os tire do mundo, mas que os livre do mal. Quanto a isto não podemos assumir posturas extremadas. Estamos no mundo e por isso não podemos deixar de ter boas relações com nossos colegas de classe da escola ou da universidade, no trabalho, na vizinhança, não podemos assumir uma postura de ermitão vivendo incomunicáveis. A Bíblia chama tal postura de viver ascético. "As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne" (Colossenses 2.23) . Como também, não podemos cair na falácia do mundo gospelinizado, do tipo tudo liberal em amplos sentidos. "Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano (Efésios 4:22). No versículo 16 há o reforço de nossa permanência transitória no mundo e no versículo 17 a expressão exata daquilo que deve acontecer àqueles que, de fato, seguem e pertencem ao Senhor Jesus: eles são santificados na verdade através da palavra de Deus. "Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade."

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO NA VIDA DO CRENTE

"Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hebreus 4.16)

Verdade Prática: O crente em Jesus desenvolve o seu relacionamento com Deus e a fé cristã por meio da oração constante, confiante e disciplinada.

Leitura Bíblica: Filipenses 4.4-9.

A igreja que estava na cidade de Filipos recebeu de Paulo a gratidão de haver sido uma das que demonstrou liberalidade fraternal e agora, fora lhe dirigida esta palavra de fortalecimento e maturação espirituais. No versículo 4 "regozijai-vos, sempre, no Senhor", Paulo exorta aos fiéis a alegrarem-se não de maneira fortuita, superficial e que dependa de sentimentos transitórios, passageiros. A vontade de Deus em Cristo Jesus é que nos alegremos nEle, e que nossa alegria seja completa (ver João 15.11). Esta verdade deveria está tão impregnada na vida e prática dos cristãos que ele reforça "... outra vez vos digo: "regozijai-vos". Regozijo é uma mistura de prazer com alegria e contentamento satisfatórios. Não é o esboço ou o arquétipo Junguiano, uma espécie de fanático que vivi rindo pelos cantos alheio a quaisquer motivos. É uma alegria nascida de uma compreensão do real, do vivido e estreito relacionamento que tem os crentes com o Senhor Jesus.

JB Nunes

terça-feira, 12 de outubro de 2010

ORAÇÃO: UMA LIÇÃO DIFÍCIL DE ESQUECER



















Já na terceira lição da Escola Bíblica Dominical, com o título de "O PODER E O MINISTÉRIO DA ORAÇÃO - O relacionamento do cristão com Deus" não poderia deixar de narrar algo que ouvi como mero espectador, à mesa com a filha do missionário John McCrafth, Esther, que veio da Ingraterra para fazer missões em Patos, sertão da Paraíba.

"Naquela manhã", dizia ela, "estávamos conversando com alguns irmãos e as crianças brincavam no jardim onde havia galinhas. Uma criança acidentalmente pisou num pintinho e o trouxe aflita pedindo que nós orássemos por ela para que Jesus a tornasse. Mas nós a persuadimos a jogar o pintinho no lixo. Dissemos para ela: - O pintinho infelizmente não vive mais, jogue-o no lixo. Aquela criança preferiu acreditar no que tinha aprendido na Igreja, o que pedirmos a Jesus, com fé receberemos. Ele fechou as mãos como uma concha com o pintinho dentro, e orou em poucas palavras para que Jesus desse vida ao bixinho. E, em poucos segundos de silêncio ela se inclinou e colocou o pintinho vivo no solo. Ele correu para a galinha e juntou-se aos demais. Aqueles adultos ficaram aterrados diante daquele milagre que Jesus operara."

Como é difícil orarmos a Deus como uma criança. Sincera, verdadeira. Nossas orações tem sido carregadas de um sensacionalismo emotivo e vazio, cheio de palavras mas escolhidas, mas longe do sentido real de conversar com Deus. Certo teólogo uma vez falou: é melhor orarmos a Deus sem palavras mas com o coração, do que orar com palavras sem um coração. Em síntese, Deus espera que nos acheguemos a ele sem arrodeios, como aquela criança. Ele espera que oremos com coração contrito e sincero, que falemos com ele como um filho ao seu pai. Com reverência, mas sem cerimônias.

Já presenciei um homem orar por alguém que estava terrivelmente enferma. Ele não amplificou a voz, não precisou gritar para que todos da rua percebesse que naquela casa havia um orador, milagreiro ou coisa desse tipo. Ele apenas falou a Deus, reverente e confiante. A mulher ficou naquele momento miraculosamente curada. "E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados." Tiago 5:15

sábado, 21 de agosto de 2010

O NOME DELE É JOÃO

Depois de um período impossibilitado de postar meus comentários sobre as lições bíblicas dominicais dado ao volume de trabalho, eis que estou de volta para continuar com as reflexões nossa de cada dia. A lição deste domingo trás a seguinte temática: JOÃO BATISTA, O ÚLTIMO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.

A última palavra profética do Antigo Pacto encerra uma promessa inquietante: "Eis que eu enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor" (Malaquias 4.5).

Essa palavra permaneceu viva apenas nos oráculos visitada por uns poucos que se dedicavam a estudar os escritos sagrados. Um lapso de tempo que durou 400 anos, o chamado período interbíblico se encarregou de obscurecer essa promessa. Mas no livro de Lucas, no capítulo 1.37, está escrito que "não haverá impossíveis para Deus em todas as suas promessas!". Até que, num certo dia, o Anjo Gabriel foi a cidade do grande rei Davi, anunciar ao sacerdote Zacarias, filho de Abias, que sua esposa Isabel, que era estério daria a luz a um filho. Zacarias, impossibilitado de falar por causa do sinal dado pelo Anjo Gabriel, escreveu: "seu nome será João!" (...) "Porque ele será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe" (Lc 1.15). Mas ainda a promessa de Deus não havia sido cabalmente cumprida. Até que o menino, separado para ser narizeu, foi habitar no deserto e lá, já crescido pôs-se a batizar a todos os que lhe procuravam. O evangelho de João registra no capítulo 1 (para o desconcerto dos espíritas que pregam a reencarnação utilizando o episódio de João, o Baptista), nos versículos 21 a 23: "...Quem és? És tu Elias? Ele disse, não. És profeta? Ele disse, não. Disseram-lhe, finalmente: Quem és, para darmos uma resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo? Ele respondeu: Eu sou a voz do que clama pelo deserto: Endireitai o caminho do Senhor..." E no versículo 29, quando João viu a Jesus se aproximando dele, exclamou: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!".
João, como o último profeta foi o arauto do Messias prometido. Embora tenha continuado sua missão após batizar Jesus nas águas do Rio Jordão, as promessas de Deus sobre a vinda de Elias havia se cumprido em João. Ele veio na força, na virtude de Elias. Este tão cheio do Espírito Santo quanto aquele, porém, duas pessoas distintas, cada uma com propósitos definidos.
João é o último da linhagem dos profetas: “Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João” (Mt 11.13).

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A EXCELÊNCIA DO MINISTÉRIO


Lição 11 / Dia do Pastor - 13 de junho de 2010.
Leitura Bíblica: Jeremias 45.1-5

Texto Áureo: Que a nossa única preocupação seja buscar a glória de Deus...

INTRODUÇÃO

Bem vindos ao menor capítulo do livro do Profeta Jeremias. Ele trata do lamento de Baruque, este que era contemporâneo de Jeremias (600 a.C.) e seu secretário, escriba, porta-voz, companheiro e amigo. Foi Baruque quem escreveu a primeira e a segunda edição do livro que registrava tudo o que Deus havia dito a Jeremias a respeito de Judá, Israel e várias outras nações, desde o 13° ano de Josias (626 a.C.) até o 4° ano de Jeoaquim (609). Jeremias ditava e Baruque escrevia. Foi também ele que leu o livro duas vezes, primeiro para o povo reunido no templo em dia de jejum, e, depois, para um seleto grupo de líderes em lugar mais reservado.

Depois de ter escrito o livro, Baruque teve uma crise e desabafou: “Ai de mim! O Senhor acrescentou tristeza ao meu sofrimento. Estou exausto de tanto gemer, e não encontro descanso” , confira no Jr 45.3 (Fonte: Elben M. Lenz César, 2009).

Lenz realça-nos o fato de que, depois de um trabalho muito importante (colocar num livro tudo o que o Senhor tinha dito até então) e de uma oportunidade maravilhosa (ler o conteúdo do livro duas vezes, uma para o povo e outra, para um grupo selecionado de líderes), Baruque entra numa crise emocional séria, mostrando o lado humano inerente a todos os líderes que exercem ministério na Casa do Senhor. A verdade insofismável é que não somos super-crentes, pelo contrário, somos passíveis de exaustão, de esgotamento físico, mental e espiritual. São inúmeras as armadilhas que se constituem riscos sérios para a vida do que milita na obra ministerial. Dentre todas elas, estão as armadilhas do Ego. Vejamos o texto:

Jeremias 45.1,2 - "A PALAVRA que Jeremias, o profeta, falou a Baruque, filho de Nerias, quando este escrevia, num livro, estas palavras, da boca de Jeremias, no ano quarto de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque" (...)
O próprio Baruque, na medida que ouvia as palavras do Senhor, sendo pronunciadas pelo profeta Jeremias, as escrevia e constatava que eram acerca dele mesmo. Às vezes, nós que rotineiramente usamos a palavra para ensinar, corrigir, redarguir conforme 2 Tm 3.16, somos pegos de surpresa quando esta mesma palavra se volta a nós, desnundando a nossa realidade e anseios mais profundos. Foi o caso de Baruque. "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4.12).

Jeremias 45.3 - "Disseste: Ai de mim agora, porque me acrescentou o SENHOR tristeza sobre minha dor! Estou cansado do meu gemido, e não acho descanso".
Quando assumimos responsabilidades no ministério que nos foi confiado por Deus temos o dever de fazer as coisas com excelência, com qualidade. Isto implica em ser pontual, estar sempre preparado, ser constante, prestativo, resiliente e, em resumo, um bom dispenseiro do Reino. Consequentemente, há um desgaste emocional, físico e muitas vezes até espiritual. Enquanto os membros vem, cultuam a Deus e retornam para seus lares sem preocupação com a organização e andamento eficiente dos trabalhos da Igreja, ao líder recai todas essas e demais preocupações.
Era natural e compreensível que alguém como Baruque protestasse ao afirmar que o Senhor acrescentara tristeza a sua dor. Porque parece que havia uma expectativa em relação ao ministério do profeta Jeremias, quem sabe Judá se arrependeria de suas atos reprováveis, então viriam os louros da vitória. Mas não foi isso que aconteceu.

Jeremias 45.4 - "Assim lhe dirás: Isto diz o SENHOR: Eis que o que edifiquei eu derrubo, e o que plantei eu arranco, e isso em toda esta terra".
A palavra de juízo permanecia e com ela a promessa de Deus. Ele iria destruir tudo o que havia construído e arrancar o que havia plantado. Aquele estado de coisas que já estava com fortes indícios de ruína, ficaria pior.

Jeremias 45.5 - "E procuras tu grandezas para ti mesmo? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda a carne, diz o SENHOR; porém te darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores".
Em face da destruição iminente que se abateria sobre o povo de Judá, ter a vida poupada por Deus, em si, já era a melhor recompensa. Ora, a lógica de Baruque parecia a mesma de Jeremias que fora privado de casar e ter filhos naquela terra. Era uma terra marcada pelo juízo de Deus. E se para Baruque, possíveis expectativas foram frustradas por falta de discernimento dos tempos, ter a vida preservada era o melhor presente, e a maior recompensa.

CONCLUSÃO

"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor (1 cO 15.58). Consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.18).

sábado, 5 de junho de 2010

O VALOR DA TEMPERANÇA


Lição 10

Texto Áureo: “E não vos embriagueis com vinho em que há contendas, mas enhei-vos do Espírito” (Ef 5.18)

Verdade Prática:
A Igreja de Cristo sempre primou pela temperança. A vida de seus membros tem de ser um eloqüente protesto contra as inconseqüências e vícios.

Texto Bíblico: Jeremias 35.1-5, 8, 18, 19.

Introdução

A temperança é uma virtude (gr: virtus). A origem semântica remonta ao homem, à força. Mas virtus é a tradução do grego areté. Na concepção clássica grega, areté corresponde a excelência e relaciona-se com a realização última do ser humano. Trata-se de alcançar a vida desejável, a vida boa (eudaimonia). Só pode ter uma vida boa o homem de excelência, virtuoso.
No prisma psicológico, a temperança impõe limites que se constituem regras não escritas da boa convivência, da convivência sadia. A ausência da temperança implicaria da quebra das barreiras da censura, consequentemente, haveria uma desarmonia, a instauração de um estado degradante e perturbador, já que as pulsões responsáveis pela sensação de insaciabilidade do prazer estariam sem orientação, sem limite, desenfreada.
O antônimo de temperança é concupiscência. “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (I João 2.14).
O texto de Jeremias, capitulo 35.1-19, tem muito a nos ensinar sobre a temperança.
Esboço da Lição
I. A ORIGEM DOS RECABITAS
II. O ESTILO DE VIDA DOS RECABITAS
III. O EXEMPLO DOS RECABITAS
CONCLUSÃO

Não importa o quanto o mundo esteja absorvido pelo cultura do pós-modernismo e as tradições da Igreja instituída por Jesus, como as doutrinas bíblicas, sejam encaradas como a cultura retrô. Não importa. Quem um dia teve uma experiência espiritual com Jesus e provou o dom do Espírito Santo, nasceu de novo e não vai abrir mão dos seus valores, nem dos princípios espirituais. Não vai querer entrar na onda do relativismo e da desconstrução daquilo que Deus em Cristo estabeleceu como verdadeiro e seguro para aquisição da salvação eterna.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

ESPERANDO CONTRA A ESPERANÇA


Lição 9/30 de maio de 2010

Texto Áureo: “Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos” (Jô 14.7)

Leitura Bíblica em Classe: Jeremias 30.7-11

7 – Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia de Jacó; ele, porém, será salvo dela.

O tom é de lamentação: “Ah! Porque aquele dia é tão grande...”. Uma lamentação que aponta para fatos que já se passaram na História de Israel, que estão se cumprindo e que ainda há de se cumprir. Em Apocalipse, 1, versículo 3 está escrito: “Bem aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”. O profeta Obadias afirmou: “Porque o dia do Senhor está perto...” (versículo 15). Expressão que, segundo nota de rodapé da Bíblia Plenitude, significa o advento de “um tempo na história da humanidade em que Deus intervirá diretamente para trazer salvação a seu povo e castigo aos rebeldes”.

Entretanto, continua a nota explicativa: No tempo dos profetas, ele foi revelado por acontecimentos tais como a invasão de Israel por poderes estrangeiros (Amós), a temerosa praga de gafanhotos (Joel) e o retorno dos israelitas exilados no cativeiro (Esdras, Neemias).

O profeta Daniel anteviu esse Dia: “Naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro”, cap. 12.1.

Ainda no versículo 7, uma ênfase característica desse Dia: "não houve outro semelhante...", mesmo que em contextos diferentes, profecias apontassem o dia do Senhor como sinônimo de juízo de Deus sobre algum período de tempo, esse Dia a que se refere o profeta Jeremias é um dia singular, sem igual e que aponta para o tempo do fim. Mas quando chegasse esse tempo final, Jacó seria salva de tamanha angústia a qual nunca houve e como aquela, jamais haverá.

8 - Porque será naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço, e quebrarei os teus grilhões; e nunca mais se servirão dele os estrangeiros.

O que representará aquele grande e terrível dia do Senhor para Israel? A árvore cortada ainda mantém suas raízes. Ela produzirá ao seu tempo renovos que brotarão. A esperança de Israel é que existe alguém em algum lugar do infinito céu que um dia exclamou: "Com grande empenho estou zelando por Jerusalém e por Sião!" (Zacarias 2.14). Esse sim, será o dia da restituição de que falou o Profeta Joel, no capítulo 2, versículos 25-27: "E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a lagarta, o meu grande exército que enviei contra vós. E comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do SENHOR vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca mais será envergonhado. E vós sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o SENHOR vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado". Quem garantiu isto foi o Redentor de Israel! Jeová é o seu nome.

Esse não será apenas o Grande Dia do livramento de Israel em face do ataque das nações, comandadas por Gogue que representa em Ezequiel capítulo 38 um líder que irá incitar e capitanear os povos contra Israel nesses últimos dias. Esse terrível dia do Senhor, representará a emancipação definitiva de Israel das ameaças das nações. Será o momento em que o jugo e os grilhões serão quebrados definitivamente, e o tempo da servidão se extinguirá.

domingo, 2 de maio de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

JEREMIAS, O PROFETA DAS LÁGRIMAS


O jovem Jeremias era filho do Sumo Sacerdote Hilquias [em hebraico כהן גדול, transl. Kohen Gadol] (Cap.1.1) de Anatote, aquele que encontrou o Livro da Lei no Templo sob o reinado do rei Josias (2 Reis cap. 22.8), o rei que se notabilizou dentre todos os reis de Israel pela fidelidade a Adonai (2 Reis 23.25) converteu-se completamente ao Senhor mandando extirpar todas as abominações da Casa do Senhor e de Judá.
Era de se esperar que Jeremias, ainda muito jovem, aspirasse pela ascendência sacerdotal. Todos temos as nossas aspirações e sonhos, até o dia em que Deus nos dá a saber que Ele tem um plano específico para nós. "Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta" (Cap. 1.5).
Se, ser profeta do Senhor já não é uma tarefa fácil, cômoda e atrativa de holofotes da grande mídia gospel, imagine ser chamado para bradar contra uma nação num dos piores momentos de crise espiritual que laçou reis, sacerdotes e profetas, todos postos à serviço da idolatria, do materialismo, de coisas tão absurdas aos olhos de Jeová nem potassa poderia lavar tal imundícia.

Foi em meio a esse cenário que de Deus se ouviu a voz: "E estendeu o SENHOR a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca" (Jeremias 1.9).


segunda-feira, 22 de março de 2010

SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS LIÇÃO 13


Lição de 28 de março de 2010

TEXTO BÍBLICO: 2 Coríntios 12.19-21;13.5,8-11

Texto Áureo:
"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos." (2 Co 13.5a)

Verdade Prática:
Uma das responsabilidades pastorais é disciplinar a igreja com amor, a fim de que esta desenvolva-se espiritualmente sadia.


INTRODUÇÃO
Palavras chaves: autoexame, disciplina na igreja


Enfim, chegamos à última lição, onde estivemos discorrendo sobre os princípios de liderança cristã presentes na vida e obra do apostolo dos gentios.

Um dos aspectos mais difíceis da liderança cristã, da administração pastoral é a disciplina. Mas uma vez, é oportuno citar o que um dos brilhantes expositores da biografia paulina falou: "Uma das responsabilidades desagradáveis do dirigente cristão é a de exercer uma disciplina piedosa. Se os padrões bíblicos e um sadio tom moral e espiritual devem se mantidos numa igreja ou em qualquer organização cristã, às será necessario uma disciplina amoravel e restauradora. É este especialmente o caso em se tratando de erros doutrinários ou falhas morais. Em suas cartas, Paulo exorta quanto ao exercício da disciplina e ele mesmo dá o exemplo." (SANDER, J. Oswald. in Paulo, o lider. Uma visão para a liderança cristã hodierna. Ed. Vida, SP: 1992).

I. PREOCUPAÇÕES PASTORAIS DE PAULO (12.19-21)

1.1 Defender seu apostolado em Cristo (v.19)
O versículo 19 é enfatico, direto e objetivo quando vem arguir, censurando a postura dos corintios como se a razão fundamental que ligara Paulo àquela igreja tivesse sido outra que não a edificação espiritual da mesma. "Falamos em Cristo, perante Deus, e tudo isto, ó amados, para vossa edificação." Que eles não esperassem outra postura de Paulo diante de tudo que estava patente na igreja. Esse é o desafio da ação pastoral: ser amavel e de entranhavel afeto, mas na hora da disciplina, ser - piedosamente - inflexível. "Mas se estás sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos e não filhos..." (Hb 12.8); "Eu [Jesus] repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso e arrepende-te." (Apocalipse 3.19).

1.2 O temor de Paulo em relação à igreja de Corinto (v.20)
"Porque receio que, quando chegar, vos não ache como eu quereria, e eu seja achado de vós como não quereriaeis, e que de alguma maneira haja pendências, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos, tumultos..."(v.20). Essas falhas presentes na igreja de Corinto, objeto da preocupação de Paulo, eram sintomáticas e crônicas a ponto de, sem disciplina, comprometer todo o rebanho. São os sintomas do ego inflado de alguns que "se afastaram da simplicidade que há em Cristo" (2 Co 11.3). Paulo, como um lider comprometido com a palavra de Deus não poderia negligenciar o momento decisivo para usar de sua autoridade de forma incisiva.

1.3 A situação da igreja de Continto (v.20,21)
CONTINUA...

sábado, 20 de março de 2010

SUBSIDIO LIÇÃO 12: VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR

A MINHA GRAÇA TE BASTA

É impressionante como as experiências espirituais de Paulo se fazem acompanhar por sofrimentos nas mais diversas ordens.

"E para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar. A cerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça de basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injurias, nas necessidades, nas perseguições, nas angustias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte." (2 Coríntios 12. 7-10).

Primeiro do que tudo, gostaria de acalmar os ânimos dos psicologos e psicanalistas de plantão, dizendo que Paulo não era nenhum magalomaníaco masoquista, ou seja, alguém com mania patológica de grandeza, que sente prazer no próprio sofrimento. Não é o caso. Dito isto, podemos tentar nos aprofundar no texto supra citado, embora reconheçamos que não seja tarefa fácil como bem reconhecia o Apostolo Pedro ao dizer: "Falando disto, como em todas as epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender..." (2 Pedro 3.16).

Notadamente Paulo foi estranhamente reticente quanto a que tipo de espinho se referia, se era algo em nível mental, ou se era na área fisica, o fato é que as revelações teria sido tão profundas que Deus sabia que isso poderia insuflar o ego do Apóstolo e poria em risco sua missão. Então fez com que o espinho na carne surtisse um efeito de ponto de equilíbrio para que ele não se exaltasse ou se deixasse ser objeto de exaltação. Somos gratos a Deus por usar Paulo para nos ensinar um importante princípio: "a graça de Deus nos basta".

VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR PARTE II

Análise da Leitura Bíblica: 2 Coríntios 12.1-12

Versiculo 1: "Em verdade que não convém gloriar-me; mas passareis às visões e revelações do Senhor" (v.1).
Paulo demonstra controle do ego em não ufanar-se, como quem busca créditos exclusivos para si. Ele entende do assunto: "tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus... (Fil. 2.5). E se há algum motivo para se gloriar seria nos sofrimentos de Cristo.
Existem duas descrições do grego, segundo o dicionário VINE (2006) para visão e revelação. A primeira é "horama" para visão, aquilo que é visto ou se permite ver. A jumenta de Balaão viu o anjo com a espada desembainhada, o que foi negado a este, ter a mesma visão, pelo menos nas primeiras intervenções do anjo do Senhor (Números 22.27[...]). Este episódio agrega o sentido de visão e o de "apocalupsis", para revelação. É o desvelo de um segredo, algo que estava "sunkaluptõ", encoberto, oculto, não acessível ao sentido da visão. Pode se ler em Daniel (2.22) que "Ele [Deus], revela o profundo e escondido, conhece o que está em trevas e com Ele mora a luz".

Versiculo 2: "Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro céu"
Paulo lança mão de um recurso da linguagem, a silepse, para exprimir uma idéia no sentido próprio e figurado a um só tempo. Se fosse um dos "pop star" do mundo gospel atual, que sente prazer em ocupar a posição de estrelato, teria dito de cara que os créditos eram seus, e somente seus!
Mas o apóstolo evita qualquer insinuação de que tenha recebido crédito especial com essas revelações, ficando evidente que o tal "homem" que fora arrebatado foi, na verdade, ele mesmo.
Normalmente, a compreensão que temos sobre o ser arrebatado até o terceiro céu é a mesma difundida pela tradição judaica (Stern, D. in Comentário Judaico do Novo Testamento, 2008), a saber: Por primeiro céu, a atmosfera na qual vivemos. Já nos imaginamos pequeninos pontos vistos de uma altura considerável ainda na atmosfera. O segundo céu é o que podemos perceber do Universo. Para a Cosmologia, Universo é o conjunto de todos os corpos que existem no espaço celeste, sendo que este espaço é infinito. Por fim, o terceiro céu, é descrito como a habitação de Deus. E, neste particular, temos os modos e os níveis de permissão de se acessar essa habitação, haja vista a declaração imperativa de que "ninguém subiu ao céu, senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu (João 3.13). Porém, acreditamos que a menor das revelações sobre o esplendor dessa habitação de Deus é de uma grandeza tão inexprimivel que Paulo não encontra palavras para descrevê-la para nós outros: "E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe); foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis (sinônimo daquilo que não se pode dizer), de que ao homem não é lícito falar" (versículo 3 e 4).

Versiculo 3:"Se no corpo, se fora dele..." Esta doutrina parece está bem clara na 1º carta, no capítulo 15.50, quando afirma que "carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus nem a corrupção herdar a incorrupção", pelo que se conclui que Paulo não poderia ter sido arrebatado em corpo ou como ele mesmo diz, no corpo. Parece que esta revelação teria se dado de forma extracorpórea, como num extase, num arrebatamento de espírito. João, o discípulo amado, exilado na Ilha de Patmos afirmou: "...achei-me em espírito no dia do Senhor..." (Apocalipse 1.10).

Versiculo 4: "Fui arrebatado ao Paraíso..."
Lugar de descanso e comunhão com Deus, para onde vão os justos quando dormem no Senhor, ao contrário da sorte dos ímpios. A teologia desse lugar encontra explicação nas Escrituras tendo como fato central a morte e ressurreição de Jesus. Ele é a chave do mistério da ressurreição que Paulo ensinou em 1 Coríntios 15 e em 1 Tessalonicenses 4.14-18. É ponto basilar que os justos do Antigo e Novo Testamento aguardam o "toque do Shofar" para saírem dentre os mortos. É a ressureição dos justos, a "encontrarem com o Senhor nos ares". Outros textos que reforçam essa doutrina encontra-se em Lucas 16.19-31; 23.43 et al.

De uma coisa podemos ter certeza: se Paulo esteve em espírito no Paraíso e ouviu palavras inefáveis do proprio Deus, qual não será a grandeza da revelação que Deus está para fazer ao santos que o aguardam na segunda vinda de Jesus! Sim! Palavras de um velho que serviu durante toda a sua vida ao Senhor. Ele esteve pessoalmente com Jesus e agora estava na cidade de Éfeso, já cansado de seus dias. Ele disse: "Amados, somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele se manifestar (gr: parousia), seremos semelhantes a ele, porque assim como Ele é O veremos" (1 João 3:2).

Recomendo aos diletos professores e professoras da EBD, que não esqueçam de explanar o conteúdo completo da lição, observando os objetivos propostos, os tópicos e subtópicos, mas, sobretudo a Leitura Bíblica em Classe. Essa parte da Lição Bíblica é essencial para que aprendamos a palavra de Deus de forma genuina e edificante.

BOA AULA!

segunda-feira, 15 de março de 2010

LIÇÃO 12 VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR


Esboço da Lição:
Texto áureo: "Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor" (2 Co 12.1)

Verdade Prática: As experiências espirituais são importantes, mas não devem ser o principal requisito para o reconhecimento ministerial de um obreiro.

Leitura Bíblica em Classe: 2 Co 12.1-4, 7-10, 12.

INTRODUÇÃO

I. A GLÓRIA PASSAGEIRA DE SUA BIOGRAFIA (vv 11-33)
1.1 A glória maior de Paulo não está em sua biografia, e sim no sofrimento padecido por causa do Evangelho.
1.2 Paulo se opõe à arrogância dos judeus-cristãos.
1.3 Paulo responde contrastando os falsos mestres.

II. A GLÓRIA DAS REVELAÇÕES E VISÕES ESPIRITUAIS (12.1-4)
2.1 Visões e revelações do Senhor (12.1)
2.2 O "Paraíso" na teologia paulina (12.2-4)
2.3 A atualidade das experiências espirituais.

III. A GLÓRIA DOS SOFRIMENTOS POR CAUSA DE CRISTO (12.7-10).
3.1 O espinho na carne (12.7,8)
3.2 Paulo reafirma que se gloria na fraqueza (12.10)
3.3 A explicação do paradoxo do gloriar-se nas fraquezas (12.9,10)

CONCLUSÃO

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO

Começarei com uma afirmativa preocupante: não poucos os ministérios (em alguns casos nem ministérios são, mas sim, movimentos) que fundamentam sua existência e a de seus seguidores em visões e revelações, colocando tais experiências espirituais acima da autoridade da Palavra deDeus. E ai temos incontáveis pastores precoces, inexperientes, imaturos, neófitos, que arrebanham muitas pessoas após si com essa mesma filosofia, essa mesma forma de encarar as coisas espirituais, abrindo as portas para as várias disporções teológicas.

Na igreja de Corinto haviam pessoas que supervalorizavam essas experiências. E isto até lhes servia como uma espécie de auferir créditos espirituais a uns em detrimento de outros.

Experiências espirituais são sempre enriquecedoras. Elas assumem um caráter pessoal singular, intransferível, desde que não estejam acima dos limites doutrinários. Nesta lição, fica claro que nem a igreja nem crente algum pode depender de experiências, como visões, revelações e outras manifestações para conhecer a vontade de Deus, essencialmente contida em Sua palavra. A palavra de Deus tem a primazia. Um exemplo disso temos nos Atos dos Apóstolos, capítulo 10, quando, não obstante ter visto e ouvido um anjo do Senhor, Cornélio - o Centurião, em obediência ao que lhe fora dito por meio do anjo, enviou mensageiros à Jope, e tranzendo Pedro até a sua casa onde estava reunido a familia e alguns amigos íntimos disse: "Estamos todos aqui e queremos ouvir o que tens a dizer". Pedro, começa lhes falando o que sobre Jesus diziam as Escrituras. Num dado momento, enquanto ele falava da palavra de Deus "caiu o Espírito Santo sobre todos eles e começaram a falar em outras línguas e foram cheios do Espírito Santo".


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sábado, 13 de março de 2010

LIÇÃO 11 CARACTERÍSTICAS DE UM AUTÊNTICO

Uma das belíssimas exposições sobre a vida e ministério de Paulo encontra-se no livro de Oswald Sanders in Paulo, O Lider. Sanders afirmou que "a liderança de Paulo não era perfeita, mas nos proporciona um exemplo tremendamente estimulante e inspirador do que significa continuar avançando para a maturidade." (pag.40; 1992)
O conceito que Paulo tinha do líder na obra cristã reflete-se nas palavras que emprega nessa conexão. Paulo era despenseiro (1 Coríntios 4:2), o que significa mordomo ou gerente dos recursos da família. Paulo era administrador, isto é, governante (1 Coríntios 12:28), palavra que descreve o timoneiro do navio e, dessa maneira, aquele que dirige a tarefa. Ele é bispo, isto é, supervisor (Atos 20.28), palavra para guardador ou protetor. Paulo é presbítero (Atos 20:17), o que implica maturidade da experiência cristã. Ele é presidente (Romanos 12.8), palavra que significa alguém que se coloca diante das pessoas e as conduz. É claro, nem todos os líderes preenchem todos esses papéis, mas o uso que Paulo faz dessas palavras dá algum indício da complexidade da tarefa e do quanto é preciso haver flexibilidade e adaptabilidade no exercê-la.
A versatilidade que caracterizava sua própria liderança acha-se demonstrada na variedade de táticas que ele empregava na lida com os problemas de diferentes pessoas e igrejas.
Acho que esse é ponto crucial da lição deste domingo. A versatilidade, a resiliência, necessárias ao bom desempenho da atividade liderante, isto, misturado com humildade e inteira dependencia de Deus, traduz o perfil de um lider autentico.

segunda-feira, 1 de março de 2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O MINISTERIO DA RECONCILIAÇÃO


Reconciliar é fazer com que as partes litigantes (luta, peleja, demanda, contenda)voltem, mudem (gr:katallassõ), reatem (Latim: reconciliatio)seu estado anterior, que é o de paz. O Homem, gênero, ao ter rompido com Deus através do pecado, teve duas consequências terriveis: o rompimento da comunhão com Deus. "Todos pecaram e destituidos estão da glória de Deus" (Rm 3.23); e o banimento da presença de Deus. "O salário do pecado é a morte..." (Rm 6.23).
Esse foi o legado que a humanidade recebeu de Adão segundo a carne (1 Tm 2.14). "No entanto, a morte reinou desde Adão até Moises, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança de Adão..." (Rm 5.14). Sendo com isto, impossível que o Homem atraves de ses proprios meios e iniciativa pudesse reatar sua comunhão com o Criador.
Em 1ª Coríntios, capitulo XV, versiculos 45 em diante, o Apostolo Paulo faz o paralelo diferenciador quanto ao efeito, Adão terreno, e o "Adão celeste", o espiritual. O primeiro trouxe-nos a morte; mas o segundo, como Senhor e Deus, trouxe-nos o espírito vivificador.
Foi através de sua obra salvífica que ele nos resgatou e nos comissionou para sermos ministros de um novo testamento (2 Co. 3.6), dando-nos Ele mesmo, o ministério da reconciliação (2 Co 5.18), instrumentalizando-nos com a palavra da reconciliação (2 Co 5.19). Logo, eu, você, todos os que um dia foram chamados por Deus, através de Cristo, temos esse ministério que consiste em programar em todo tempo, em todo lugar, a obra expiatoria de Jesus, sendo impelidos, controlados, constragidos pelo seu amor (2 Co 5.14).
"Ele derramou sua alma na morte" (Is. 53.12), esta é a expressão usado pelo profeta Isaias, muito tempo antes dEle vir a este mundo com um proposito definido: "buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19.10). Para isto Ele deveria tomar o meu e o seu lugar na Cruz. Quando dizemos que sua morte é expiatória estamos falando de uma pena substitutiva, morte vicária, onde a vítima do sacrifio era oferecida no altar do holocausto para expiar, remir da culpa o pecador. Cristo se ofereceu voluntariamente para nos reconciliar com Deus. Este é o conteúdo daquilo que devemos proclamar. Este é o ministério da reconciliação.

sábado, 16 de janeiro de 2010

A CARTA PERDIDA DE PAULO

Cerca de seis meses a um ano após a primeira epístola aos coríntios seguiu esta segunda, ocasionada pela mudança de condições na Igreja de Corinto. Como transparece de um exame atento dos textos das duas epístolas, os acontecimentos ter-se-iam desenrolado, com toda a probabilidade, da seguinte maneira:
Tento-se apresentado em Corinto inovadores judaizantes, contrários ao Apóstolo, lançam a agitação no meio dessa da Igreja, e Paulo vai a Corinto, numa breve visita a fim de restabelecer a paz (12, 14;13.1-2); essa visita deixa-lhe a alma amargurada por uma ofensa que um cristão faz à sua própria pessoa (2,5;7,12).
Voltando para Éfeso, ele escreve aos coríntios (2,3-4.9;7,8.12) uma carta enérgica e severa, que se perdeu (não é a 1 Coríntios, que é mais amena).
Entrementes, envia Tito com a missão de restabelecer a paz na Igreja de Corinto e conseguir um relatório fiel do seu estado e dos sentimentos dos cristãos para com ele. Sobrevindo inesperadamente o violento tumulto dos ourives de Éfeso contra ele (At 19, 23-40), Paulo parte e antes do tempo que ele mesmo havia estabelecido dirige-se para Trôade, onde marcara encontro com Tito. Não o tendo encontrado aí, passa para a Macedônia, onde, finalmente, encontra Tito, que lhe transmite as mais consoladoras notícias. Assim consolado, o Apóstolo reenvia Tito a Corinto com a finalidade de organizar a coleta em favor dos pobres de Jerusalém. Entrementes escreve, talvez de Filipos, no fim de sua terceira viagem missionária, no ano de 57, a primeira e a segunda parte da segunda epístola, que possuímos.

Não obstante toda essa exposição HARRIS (2005:50) afirma:

"2 Corintios fue escrita c. 56-57 d.C., sin duda por Pablo, tal vez en Macedonia, o parte en Efeso. Anteriormente la mayoría de los especialistas cuestionaron la unidad del documento y sostuvieron que 2 Corintios era una colección de cartas paulinas. Sin embargo, nunca hubo consenso en cuanto al número de cartas, su cronología precisa y su relación mutua. La investigación de Johann Salomo Semler (1776) sólo fue la primera de muchas teorías sobre el número y el orden de las cartas.
En la última década fue reconsiderada la unidad de la carta. Nuevos estudios de las técnicas de la retórica antigua señalan que cambios abruptos de tono emocional no necesariamente indican costuras (uniones) de distintos documentos. Por lo tanto, especialmente para una primera aproximación a 2 Corintios, es preferible aceptar la tradición de la unidad de la carta. A la vez, reconoceríamos en la carta ciertas divisiones tan abruptas que indicarían uniones de cartas de Pablo originalmente distintas o, tal vez, reflejarían etapas en el proceso de redacción" (Murray Harris 2005:50-1).

O que nos leva a concluir que, de fato, existem pormenores importantes nas Sagradas Escrituras, que se perderam no tempo, informações hoje, a nós, indispensáveis, mas que na época desprezíveis, poderia sanar muitas indagações no campo teológico.

"Persiste em ler, exortar e ensinar..." (1 Tm 4.13)

















A IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS -, Ministério de São Paulo, situada em Valentina, João Pessoa-PB, estará realizando em seu Templo Sede, o CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL nos dias 24,25 e 30, 31 de Janeiro de 2010.
O Curso será ministrado pelo Psicólogo João Nunes e abordará temas como Gestão da Escola Bíblica Dominical, Metodologia do Ensino, Bibliologia e Psicologia do Desenvolvimento.
Os interessados poderão fazer suas inscrições na Sede da Igreja e obter maiores informações.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Lição 2: O CONSOLO DE DEUS EM MEIO À AFLIÇÃO


Texto Áureo:

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação” (2 Co 1.3)

Texto Bíblico: 2 Co. 1-7.

Podemos considerar a existência da aflição sob duas óticas: na perspectiva intrapessoal e na interpessoal. A aflição intrapessoal (intra=posição interior, de dentro) indica que o mal estar gerado pode ter sua origem na própria pessoa, voltada para si própria. É o caso de alguma doença que se instalou no corpo, por exemplo, e não tem relação direta com as pessoas que nos cercam. A causa pode ser simplesmente física ou pode ser espiritual.
Já na ótica interpessoal (inter=interação, reciprocidade), a aflição é acarretada como resultado das relações pessoais, pois vivemos numa dinâmica de interatividade com o outro e isto, em determinado nível, pode nos incomodar, nos aborrecer e até mesmo nos fazer adoecer, quando consideramos a possibilidade de psicossomatizar emoções destrutivas.
Paulo, em suas cartas, principalmente em 1 e 2 Coríntios, demonstra alta capacidade para lidar com a aflição, deixando sua contribuição literária a cerca da teologia do sofrimento cristão em contraposição ao argumento do movimento da Prosperidade que advoga a idéia de que o crente fiel não sofre.

Não podemos nos situar, em hipótese alguma, sob pretexto algum, nos extremos. Há pessoas piedosas, freqüentes na igreja, nas reuniões de oração que vivem e se alimenta do próprio sofrimento, achando que quanto mais sofrerem estarão pertos de Deus. É a posição do crente “coitadinho”. Eles deliberadamente se esquecem do que Jó afirmou: o mesmo Deus que fere é o Deus que sara (Jó 5.18); ou o que Jesus disse: “Tenho vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16.33), o Salmista afirmou: “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas” (Sl 34.19), “Por causa da opressão do pobre e do gemido dos necessitados Me levantarei agora, diz o Senhor e porei a salvo aqueles para quem eles assopram” (Sl. 12.5).

No outro extremo estão as pessoas que não aceitam a realidade da aflição, das angústias da vida por tomarem como certa a extinção de todo e qualquer sofrimento. Elas afirmam que Cristo já conquistou na cruz nossa vida plena conforme Isaías 53. Como “Ele levou sobre si todas as nossas dores” não devemos aceitar infortúnios em nossa vida. Quando isto ocorre é porque não aprendemos a declarar a palavra de Deus, ou porque estamos em pecado.
São pessoas igualmente piedosas e que buscam a Deus, como nós. Porém vêem a revelação da Palavra como outros olhos. Ou seja, vivem no extremo da questão.

O correto é procurarmos viver de forma equilibrada. Para isto, precisamos sair dos extremos, e aprender com Paulo que a vida do cristão é repleta de lutas e tribulações e é exatamente por esta razão que Jesus prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28.20) e, ainda mais, Ele enviaria o outro Consolador, que é o Espírito Santo para nunca nos sentirmos sós, nem desamparados (João 14.16).

Orientações Aditivas

Como na primeira lição, os elementos introdutórios de 2 Coríntios estiveram presentes, é pouco producente continuarmos batendo nessa mesma tecla, quando o tempo da aula pode ser preenchido de várias formas criativas. Por exemplo, podemos fazer uma síntese da visão de Paulo sobre a aflição, mostrando o que ele sofreu por amor ao evangelho de Cristo, a árdua posição de um ministro enviado por Deus e focarmos o consolo que vem de Deus e nós como despenseiros desse consolo na comunidade cristã.


Esboço da Lição:

INTRODUÇÃO
I. UMA SAUDAÇÃO ESPECIL E INSPIRADORA
1. Sua identificação pessoal e os destinatários
2. O apostolado Paulino e a vontade de Deus
3. Sua saudação especial
II. AFLIÇÃO E CONSOLO
1. Paulo, sua fé e gratidão.
2. O consolo divino e o consolo comunitário
3. A aflição na experiência cristã.
III. AMARGURA E LIBERTAÇÃO
1. Paulo enfrenta uma terrível tribulação.
2. Paulo confia em Deus para sua libertação.
3. Paulo confiou em Deus e foi liberto.
CONCLUSÃO

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Lição 1: A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO


Texto Áureo:

“Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo” (2 C0 1.5)

Texto Bíblico: 2 Coríntios 1.12-14; 10.4,5.

Ao iniciarmos o primeiro trimestre de 2010 com o estudo da segunda epistola de Paulo a Igreja que estava em Corinto, com o tema “Eu, de muito boa vontade gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas” talvez seja oportuno lembrar que Paulo, autor dos 13 livros que compõe a maior parte do Novo Testamento foi o pioneiro responsável pela circulação de escritos entre os cristãos mesmo antes dos evangelhos. Isto nos dá mais ou menos uma idéia do quanto as comunidades cristãs formadas ao longo dos 50/60 primeiros anos da igreja careciam de maiores informações e ensino doutrinário. E, quando nós volvemos o olhar para a crescente população cristã espalhada por toda a região da Ásia Menor podemos imaginar quão urgente era a preocupação de Paulo em fazer circular suas cartas, ora com o gênero literário e estrutura que variava entre tratados teológicos profundos que versavam sobre a natureza da salvação em Cristo, a fé, os dons espirituais, a santidade, a segunda vinda do Senhor, ora com o simples estilo e linguagem direta como no bilhete enviado a um certo Filemon, cujo portador era, na verdade, o próprio escravo que havia fugido de seu senhor.
A preocupação de Paulo era justificada pelo fato de lá fora, fora dos limites da palestina, do ambiente de Jerusalém, haver uma civilização, a gentílica, plurecultural, caracterizada pela vastíssima diversidade. Ele sabia que os crentes dessa região habitavam exatamente num mundo cujos padrões éticos e morais apresentavam uma variabilidade tal que o considerado abominação por uns poderia ser muito bem aceito por outros, num mesmo espaço geográfico.
É o caso, por exemplo, da cidade de Corinto. Uma metrópole rica, entreposto comercial, ponto para onde convergiam as principais correntes filosóficas e religiosas, tendentes ao politeísmo de cunho liberalista.
Não demorou muito para Paulo perceber que a igreja que ali nascera estava infectada com alguns indivíduos estranhos ao amor de Deus, ao propósito do evangelho. Logo se tornaram partidaristas (1 Co. 3), insolentes, permissivos (1 Co 5) e arrogantes (2 Co 11.13). Não obstante haver pessoas comprometidas com a verdade e fiéis aos princípios do evangelho de Cristo a situação espiritual exigia uma nova carta e Paula a deu.
Era necessário expor mais uma vez a natureza de seu chamamento para o apostolado, diferentemente daqueles falsos mestres, opositores de Paulo, que se auto proclamavam “apóstolos” sem legitimidade alguma, sem se fazer acompanhar pelas credenciais (2 Co 12.13) que atestam por si, aqueles verdadeiramente chamados por Deus.

Esboço da Lição

I. A CIDADE DE CORINTO
1. Uma metrópole estratégica do séc. I d.C.
2. Uma cidade histórica e libertina.
3. Local da carta.
II. OBJETIVO DA CARTA
1. Autoria e características da carta.
2. A carta tem um caráter pessoal.
3. A exposição do ministério e apostolado paulinos e a coleta para os necessitados.
III. AS LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM PAULO
1. Amar sem ser conivente.
2. Ser obreiro é estar disposto a sofrer perseguições internas.
3. Paulo não tomou todos por alguns.
CONCLUSÃO